ATA DA SEXAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 22-8-2005.
Aos vinte e dois dias do mês de agosto do ano de
dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Alceu Brasinha,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, João Antonio Dib, José
Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Neuza
Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador
Claudio Sebenelo, o Pedido de Providências nº 1916/05 (Processo nº 4944/05) e
os Projetos de Lei do Legislativo nos 226 e 235/05 (Processos nos
4784 e 4901/05, respectivamente); pelo Vereador Mario Fraga, os Pedidos de
Providências nos 1926, 1927 e 1928/05 (Processos nos
4985, 4986 e 4987/05, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, o
Pedido de Informações no 208/05 (Processo nº 4949/05). Após, foi
apregoado o Ofício nº 269/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre,
encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 012/05 (Processo nº 5072/05).
Também, foram apregoados Requerimentos de autoria do Vereador Adeli Sell, deferidos
pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento dos Projetos de Lei do Legislativo
nos 090 e 095/02 (Processos nos 1593 e 1629/02,
respectivamente) e dos Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
019 e 022/02 (Processos nos 3495 e 3631/02, respectivamente). Na
ocasião, foram apregoados os Memorandos nos 161 e 163/05, firmados
pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
por meio dos quais Sua Excelência informa que a Vereadora Maristela Maffei
representará externamente este Legislativo, respectivamente, na solenidade de
entrega da nova Biblioteca Central do Centro Universitário Metodista, a ser
realizada no dia vinte e seis de agosto do corrente, em Porto Alegre, e no
Encontro Internacional de Educação 2005, a ser realizado do dia nove ao dia
doze de novembro do corrente, no Salão de Eventos do Intercity Hotel, em
Gravataí. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 122/05, de autoria do Vereador
Sadi Costa Stein, Presidente da Câmara Municipal de Nova Hartz – RS. Na
ocasião, o Senhor Presidente determinou a distribuição em avulsos de cópias das
Atas da Sexagésima Primeira e Sexagésima Segunda Sessões Ordinárias e da
Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Solenes, que deixaram
de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. Em prosseguimento,
constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de autoria
do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão, tendo se manifestado a respeito o Vereador Raul Carrion. A
seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Gildásio Alves
de Oliveira, Presidente da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos
Necessitados – SPAAN; Edison Hüttner, Diretor do Centro Pastoral da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, representando o Magnífico Reitor dessa
instituição; Mário Luís Correia da Silva, Presidente do Rotary Club Porto
Alegre Norte; e Dorocy João Pereira e Ivo Benfatto, respectivamente Governador
Assistente e Secretário-Geral do Rotary Club – Distrito 4670, convidando-os a
integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias comparecem a
este Legislativo para solenidade relativa ao transcurso do septuagésimo quarto
aniversário da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados – SPAAN.
Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Ary
Andreazza, ex-Governador e decano do Rotary Club – Distrito 4670; da
Senhora Gisele Andreazza LaPorte, representando o Rotaract Club do Distrito
4670; do Senhor Jorge Guilherme Bertschinger, Presidente da Associação
Beneficente e Educacional de 1858, mantenedora do Colégio Farroupilha; do
Senhor Edgar Quintana, representando o Supremo Conselho do Rito Escocês da
Maçonaria; e do Coronel Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul.
A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Márcio Bins Ely,
que saudou a Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados, elogiando a
assistência médica e social oferecida por essa instituição a grupos carentes da
população e destacando o atendimento a idosos efetuado pelo Asilo de Mendicidade
Padre Cacique. Também, citou a participação do Rotary Club na administração
da entidade homenageada, ressaltando os recursos humanos e materiais ali
colocados à disposição da comunidade gaúcha. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
convidou o Vereador Márcio Bins Ely a proceder à entrega de Diploma alusivo ao
transcurso dos setenta e quatro anos da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio
aos Necessitados ao Senhor Gildásio Alves de Oliveira, concedendo a palavra a
Sua Senhoria, que, em nome dessa instituição, agradeceu a homenagem prestada
por este Legislativo. Durante a manifestação do Senhor Gildásio Alves de
Oliveira foi realizada apresentação de audiovisual relativo ao trabalho
assistencial realizado pela Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos
Necessitados. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as presenças do
Deputado Estadual Reginaldo Pujol e do Senhor Simon Coliante, do Centro
Assistencial Sarandi – CENASA. Às quatorze horas e trinta e sete minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi iniciado o
período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear a Unidade do 20º Batalhão
de Polícia Militar do Rio Grande do Sul, pelo transcurso de seu sétimo
aniversário, nos termos do Requerimento nº 198/05 (Processo nº 4453/05), de
autoria do Vereador Dr. Goulart. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói Guimarães,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Coronel Jorge Alfredo Pacheco
de Barcellos, Comandante do Comando de Policiamento da Capital; o
Tenente-Coronel Flávio da Silva Lopes, Comandante do 20º Batalhão de Polícia
Militar do Rio Grande do Sul; e o Senhor Dorocy João Pereira, Governador Assistente
do Rotary Club – Distrito 4670. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas
as presenças dos Tenentes-Coronéis Alberto Isaías de Brito, Comandante do 1º
Batalhão de Polícia Militar; Antero Batista de Campos Homem, Comandante do 21º
Batalhão de Polícia Militar; Manoel Vicente Ilha Bragança, Comandante do
Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar – BOE; Leandro Nazareno
Martins Reis, Comandante do Regimento Bento Gonçalves da Brigada Militar; Sérgio
Augusto Zwetsch, Comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar; e do Tenente
Luiz Rogério Lummertz, representando o Vice-Governador do Estado do Rio Grande
do Sul. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Dr.
Goulart que, como proponente da presente solenidade, discorreu sobre a atuação
da Polícia Militar, afirmando que conceitos como dedicação e profissionalismo
descrevem atitudes quotidianamente vivenciadas por esses policiais. Ainda,
aludiu à criação do 20º Batalhão de Polícia Militar do Estado, em mil
novecentos e noventa e oito, com sede no Bairro Jardim Lindóia, registrando que
esse destacamento é responsável pela segurança de mais de trezentos mil
moradores das comunidades da Zona Norte de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, a
Vereadora Mônica Leal lembrou que o 20º Batalhão de Polícia Militar foi criado
com o objetivo de melhorar o policiamento ostensivo e estreitar vínculos com a
população, declarando que tais metas estão sendo atingidas com louvor, como
ficou demonstrado no ano passado, quando esse Batalhão recebeu o Título de
“Amigo da Comunidade”. Também, analisou a importância de ações de prevenção, em
especial junto ao público jovem, para o combate à criminalidade. O Vereador
Professor Garcia cumprimentou o 20º Batalhão de Polícia Militar, citando
atividades desses policiais em escolas do Município, tendo como tema a
prevenção do uso de drogas e a conscientização dos jovens quanto aos seus
papéis junto à comunidade. Nesse sentido, citou projetos desenvolvidos pela
Brigada Militar, como as operações “Volta às Aulas” e “Papai Noel”, o “Programa
Educacional de Resistência às Drogas e à Violência” e o “Programa de
Aproximação Comunitária”. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Tenente-Coronel Flávio da Silva Lopes, que, em nome do 20º Batalhão
de Polícia Militar do Rio Grande do Sul agradeceu a homenagem hoje prestada por
este Legislativo a essa Unidade. Às quinze horas e quinze minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dezenove minutos,
constatada a existência de quórum. A seguir, constatada a existência de quórum,
foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Após, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente
informado que, durante esse período, seria realizada homenagem ao Colégio
Santa Rosa de Lima, pelo transcurso do seu quadragésimo aniversário. Compuseram a
Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; as Senhoras Karla Rosângela de Siqueira Henrique e Cláudia Kruel Romeu,
respectivamente Presidenta da Diretoria Executiva e Presidenta do Conselho
Deliberativo da Fundação Educacional Santa Rosa de Lima, mantenedora do Colégio
Santa Rosa de Lima; a Senhora Marlene Brugalli, Diretora Pedagógica do Colégio
Santa Rosa de Lima; e o Coronel Irani Siqueira, representando o Comando Militar
do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Neuza Canabarro afirmou que Colégio
Santa Rosa de Lima é hoje referência em termos administrativos e pedagógicos,
adotando propostas de ensino que enfatizam a participação da família e a
presença do lúdico e do prazeroso no quotidiano escolar. Ainda, frisou a
importância de que seja oportunizada aos jovens uma educação de qualidade,
voltada ao preparo global do estudante, como ser individual e socialmente
integrado ao ambiente que o cerca. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra
às Senhoras Karla Rosângela de Siqueira Henrique e Marlene Brugalli, que
discorreram sobre a história do Colégio Santa Rosa de Lima e agradeceram a
homenagem hoje prestada pela Casa, em razão do transcurso dos quarenta anos
dessa instituição. Também, um grupo de alunos Colégio Santa Rosa de Lima
procedeu à entrega de flores à Vereadora Neuza Canabarro. Em continuidade, foi realizada
apresentação do Coral Infantil Coraloke, que cantou as músicas “Xote da Amizade”, “Anel” e “Casinha Torta”,
sob a regência da Maestrina Simone Rasslan. Na ocasião, a Vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, solicitando
que fique registrado nos Anais deste Legislativo que a Bancada do Partido dos
Trabalhadores se soma à homenagem hoje prestada pela Casa ao Colégio Santa Rosa
de Lima. Às quinze horas e quarenta e oito minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e oito
minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente concedeu
a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos Senhores Valdir Terra, representante do
Conselho do Comércio Informal de Rua de Porto Alegre, e Juliano Carriconde
Fripp, Presidente da Associação Feira Rua da Praia – ASFERAP, que protestaram
contra proposta divulgada pelo Governo Municipal, de alteração do Código de
Posturas de Porto Alegre, com vistas à criação do “Shopping Popular” e retirada
dos vendedores ambulantes localizados no Centro da Cidade. Sobre o assunto,
enfatizaram a importância da proximidade com o consumidor para que seja
viabilizada a sobrevivência dos trabalhadores que atuam no comércio informal de
Porto Alegre. Na oportunidade, o Senhor Juliano Carriconde Fripp procedeu à
entrega, ao Senhor Presidente, de documentação contendo assinaturas de
porto-alegrenses favoráveis à permanência de vendedores ambulantes nas ruas
centrais da Cidade. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Raul Carrion, Maristela Maffei, Nereu D’Avila, Sebastião Melo, Alceu
Brasinha, Luiz Braz, João Antonio Dib e Professor Garcia manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Clênia Maranhão afirmou que apenas o diálogo entre o Executivo e
Legislativo Municipais e vendedores ambulantes pode gerar medidas eficazes na
busca de soluções para o impasse na localização dos espaços de trabalho dessa
categoria. Ainda, analisou a possibilidade de transferência dos camelôs para um
“shopping” popular, ressaltando a necessidade de entendimento entre as partes
envolvidas nessa questão, antes de qualquer decisão definitiva. Às dezesseis
horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezesseis horas e cinqüenta e três minutos, constatada a
existência de quórum. Após, foram apregoados os Ofícios nos 508 e
272/05, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando,
respectivamente, a alteração nas datas de seu afastamento para viagem à
Brasília – DF, quando manterá encontro com o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva,
Presidente da República, que passa a ser do dia vinte e três ao dia vinte e
quatro de agosto do corrente, e não conforme constou no Ofício nº 501/05,
apregoado durante a Sexagésima Quinta Sessão Ordinária, e encaminhando o
Projeto de Lei do Executivo nº 011/05 (Processo nº 5071/05), que trata das
Diretrizes Orçamentárias referente ao ano de dois mil e seis. Também, foi
apregoado o Memorando nº 168/05, firmado pelo Vereador Elói Guimarães,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência
informa que o Vereador Elias Vidal se encontra representando externamente este
Legislativo na Semana de Preparação ao Lançamento do “Projeto + Vida”, nos
Estados Unidos da América, do dia vinte ao dia vinte e sete de agosto do corrente.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen pronunciou-se a respeito
do transcurso do trigésimo sexto aniversário do Batalhão de Polícia do
Exército, comemorado hoje pela manhã, historiando a criação e a trajetória de
trabalhos realizados por essa Unidade do Exército. Ainda, mencionou a presença
do Senhor Arthur Dallegrave nessa solenidade, lembrando que Sua Senhoria foi um
dos primeiros soldados da Polícia do Exército no Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES,
O Vereador Carlos Comassetto dissertou acerca da conjuntura de crise política
nacional, em decorrência de denúncias de irregularidades em órgãos públicos,
destacando que as acusações infundadas e irresponsáveis não devem ser levadas a
sério pela população e pelas autoridades. Nesse sentido, enfocou a necessidade
de que sejam feitos esforços para a apuração consistente de todos os fatos, a
fim de que as instituições sejam fortalecidas e os culpados, punidos. O
Vereador Claudio Sebenelo externou sua opinião relativamente à situação porque
passa o Partido dos Trabalhadores, em decorrência de denúncias de atos
irregulares envolvendo o Governo Federal, alegando que a tarefa dos
Parlamentares que defendem o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é muito
difícil. Também, reportou-se à questão da ética na política, justificando que o
Partido dos Trabalhadores tem que se esforçar para explicar as diferenças entre
o discurso e a prática de suas ações. O Vereador Paulo Odone comentou
entrevista concedida ontem pelo Senhor Antonio Palocci, Ministro da Fazenda, na
qual Sua Senhoria prestou esclarecimentos a respeito de acusações de corrupção
que pesam contra si, afirmando que esse Ministro abordou esses fatos de maneira
coerente e tranqüila. Além disso, reportou-se ao Projeto de Resolução nº
121/05, que concede a Comenda Pedro Weingartner ao Senhor Paulo Porcella, dissertando
a respeito da vida do homenageado. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram:
em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 192/05,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 219, 223, 224 e 225/05, o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 031/05, o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 003/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto e
Raul Carrion; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
201 e 203/05, discutidos pelo Vereador Raul Carrion, 176, 216 e 218/05, este
discutido pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 035/05, discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini e Raul Carrion; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 112/05. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela d'Ávila manifestou-se sobre reunião
estadual da União da Juventude Socialista, realizada no dia vinte de agosto do
corrente, para debater a situação política nacional, comunicando ter sido
eleita, nessa ocasião, Presidenta dessa entidade. Ainda, distribuiu aos
Senhores Vereadores nota pública da União Nacional dos Estudantes, intitulada
“Por que a UNE está sendo atacada”. O Vereador Alceu Brasinha referiu-se ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05, de sua autoria, que
dispõe sobre o horário de funcionamento noturno de bares e similares que se localizam
em áreas residenciais. Nesse contexto, lembrou as dificuldades de se buscar um
consenso, uma vez que problema envolve donos dos estabelecimentos, funcionários,
freqüentadores e moradores do entorno e que decisões erradas podem gerar muito
desemprego nesse setor da economia. A Vereadora Margarete Moraes discutiu as
tensões vividas pela sociedade brasileira nos últimos meses, especialmente pelos
políticos e simpatizantes dos Partidos que apóiam o Governo do Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em vista das acusações que apontam para irregularidades envolvendo
órgãos públicos e parlamentares da esfera federal. Sobre o tema, alertou que há
pessoas interessadas em desestabilizar o Governo, mesmo não se tendo provado
qualquer acusação até o momento. Às dezoito horas e nove minutos, constatada a
inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelos Vereadores Nereu
D'Avila e Haroldo de Souza, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nereu
D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída
em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães - Requerimento): Proponho a inversão
da ordem dos trabalhos. Em primeiro lugar, o comparecimento, que é uma homenagem
à Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados - SPAAN -, pois as
crianças estão presentes; em segundo lugar, ingressaríamos com a homenagem ao
7º aniversário da Unidade do 20º Batalhão de Polícia da Brigada Militar; após,
entraríamos na Tribuna Popular, com a Associação Feira Rua da Praia. Logo após
o Grande Expediente viria o período de Comunicações. Assim melhor ajustaremos a
grande demanda que a Casa tem nesta tarde.
O SR. RAUL CARRION: O segundo momento seria a Tribuna Popular?
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Primeiro, comparecimento. Num segundo momento, a
homenagem ao 20º Batalhão da Brigada Militar. Após, a Tribuna Popular. Fica
bem?
O SR. RAUL CARRION: Sim.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação o Requerimento, de autoria deste
Vereador, de inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
concordam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Hoje temos o comparecimento da
Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados – SPAAN –, por
Requerimento do Ver. Márcio Bins Ely.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a
palavra.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Existem momentos
para tudo: momentos alegres, momentos tristes, momentos de saudade, momentos de
felicidade e momentos de reconhecimento. Hoje é dia de prestar reconhecimento
merecido à SPAAN -Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados -, e
fazemos isso nesta Sessão, no comparecimento.
A nossa querida SPAAN viveu
ontem, e nós registramos hoje, a comemoração de mais um aniversário, 74 anos.
Estamos alegres, estamos felizes.
Atualmente, 150 idosos vivem nas
dependências da SPAAN e são atendidos por cerca de 60 funcionários. A SPAAN
oferece aos seus abrigados: casa, cinco refeições diárias, roupa lavada, corpo
médico, corpo de enfermeiras, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas,
nutricionistas e assistente social. Oferece ainda um trabalho de alfabetização
aos idosos e possui um salão de beleza. As instalações são compostas por
dormitórios, três refeitórios, cozinha, lavanderia industrial, câmara fria para
alimentos, caldeira, gabinete médico e odontológico, farmácia, barbearia, salão
de festas, capela ecumênica.
Queremos agradecer à SPAAN por
seus relevantes serviços prestados à cidade de Porto Alegre, lembrando todos os
ex-presidentes da Entidade e suas diretorias que sempre trabalharam para que
essa instituição permanecesse viva e atuante. E queremos agradecer também ao
atual Presidente, companheiro Gildásio, e à sua Diretoria pelo magnífico
trabalho que vêm desenvolvendo.
Lembramos todos os colaboradores
que, muitas vezes, no silêncio do anonimato, ajudaram a SPAAN a cumprir as suas
finalidades. A todos empregados e funcionários que sempre buscaram dar o melhor
de si no atendimento dos nossos internos. Sempre pensamos que é melhor servir,
melhor ajudar do que ser ajudado. Este é o lema do Rotary: “Dar de si antes de
pensar em si...”.
Neste ano assumi a
responsabilidade – juntamente com a Direção do Porto Alegre Norte e do nosso
querido Presidente Mário - de coordenar a ação de serviços à comunidade. A
principal bandeira que carrega o nosso Clube, na área comunitária, é a SPAAN. O
Rotary Norte é o responsável pela administração dessa grande Instituição.
Sr. Governador Assistente, o
trabalho desenvolvido pelo Porto Alegre Norte é o trabalho do Rotary como um
todo, pois é lá que buscamos realizar os princípios rotarianos de uma forma
atuante.
Parabéns para a SPAAN, feliz
aniversário e vida longa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Convidamos, neste momento, o Ver. Márcio Bins Ely,
a proceder à entrega do Diploma alusivo à data comemorativa ao Sr. Gildásio
Alves de Oliveira, Presidente da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos
Necessitados.
(Procede-se à entrega do
Diploma.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós queremos agradecer ao Ver. Márcio Bins Ely, que
saudou a SPAAN em nome da Casa.
Com a palavra o Sr. Gildásio
Alves de Oliveira, Presidente da Instituição.
O SR. GILDÁSIO ALVES
DE OLIVEIRA: Exmo Sr. Elói Guimarães, Presidente
desta Casa, é com orgulho e satisfação que a SPAAN comparece perante o
Legislativo de nossa Cidade reafirmando a sua confiança nos representantes do
povo de Porto Alegre. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nossa
instituição foi fundada em 25 de agosto de 1931, pelo Rotary Clube de Porto
Alegre. Vamos nos permitir recordar a primeira administração: Presidente, o
Desembargador André da Rocha; Vice-Presidente, Dep. Frederico Carlos Gomes;
Secretários, Dr. Adroaldo Mesquita da Costa e Dr. Oscar Bastian Pinto;
Tesoureiro, Oswaldo Rentsch; Conselho Fiscal, Prof. Ignácio Montanha,
Comendador Plácido de Castro, Dr. Elias Cirne Lima J. Ricaldone, Comendador
Eduardo Secco, Comendador Antônio Chaves Barcellos, Dr. Leonardo Truda. Todos
figuras ilustres, que fazem parte da história de Porto Alegre e que dão nome a
ruas de nossa Cidade.
A SPAAN está localizada na Av.
Nonoai, numa área de 15 mil metros quadrados, possuindo três pavilhões em mais
de 4 mil metros quadrados de área construída. Abriga, hoje, 142 moradores nos
46 quartos, com capacidade para 200 hóspedes. Possui uma casa de administração
e uma capela ecumênica, onde se realizam missas aos domingos, com a
participação da comunidade, bem como cultos de outras religiões. Possui, ainda,
uma cozinha industrial equipada com câmara fria, freezer, etc., que processa
25.200 refeições por mês, num total de 302.400 refeições por ano, já que cada
morador recebe 5 refeições diárias, servidas nos três refeitórios existentes.
Dispõe também de lavanderia, que processa em média 250 quilos de roupas por
dia. A estrutura conta com depósitos, oficina e uma grande área de lazer.
Nossa instituição, entidade
beneficente, abriga pessoas idosas carentes, sendo que lhes oferece moradia,
vestuário e alimentação. Presta assistência médica, odontológica e psicológica,
fisioterapia, enfermagem, serviço social e nutrição.
A SPAAN se sustenta
principalmente através das colaborações da comunidade. Podemos afirmar que
existe uma corrente de solidariedade firmada por empresas parceiras,
organizações e pessoas voluntárias que ajudaram e ajudam a manter sempre viva
esta nossa querida Instituição.
As pessoas mais idosas devem se
recordar de que houve época em que uma pequena placa oval banca afixada na
porta da entrada das residências anunciava que aquela família contribuía para a
manutenção da SPAAN.
Devemos, neste momento tão
importante em que somos recebidos no Poder Legislativo do nosso Município,
deixar registrado os nomes de todos os Presidentes da entidade: Dr. Adel
Carvalho, Cel. Salatiel de Barros, Dr. Curt Mentz, Dr. Delmar Ribeiro, Dr.
Plínio Ozório, Jenor Jarros, Carlos Oscar Born, Domingos da Costa Marques,
Alfredo Lidemann, Nestor Leo Broda, Leo Holzmann, Arnoldo Schiphorts Junior,
João Baptista Tedesco e este que lhes fala.
Por gratidão, queremos aqui
registrar as principais empresas e instituições parceiras que dão suporte à
SPAAN; são elas: Parceiros Voluntários, que se trata de uma ONG que estimula,
seleciona e qualifica voluntários para trabalhar na instituição; Grupo Gerdau,
que disponibilizou equipe de profissionais qualificados de seu quadro, o que possibilitou
a reestruturação na área de gestão da entidade e contribuiu decisivamente na
conquista dos principais parceiros; Pricewaterhousecoopers, que presta
auditoria no balanço contábil da SPAAN, muito importante na conquista da
confiança e credibilidade da comunidade; Sefrin Advogados & Consultores,
que presta relevantes serviços na área jurídica em geral; Puras do Brasil, que
organizou a área de nutrição e presta suporte permanente à entidade; SLM
Ogilvy, que dá suporte na criação de campanhas para divulgação na mídia em
geral, com o objetivo de reforçar a imagem e angariar recursos; Ad domum
Comunicação, que presta assessoria de comunicação social.
Citamos também a Fundação CEEE, a
Ipiranga Petroquímica, a Kalykin Indústria e Comércio Ltda., Kley Hertz S.A.,
M. Gonçalves Publicidade, Maxiservice Materiais e Serviços Ltda. e outras
tantas empresas e entidades que não iremos nomear para não correr o risco de
algum esquecimento. A todos esaes colaboradores o nosso muito obrigado em nome
de nossos idosos. (Palmas.)
Ver. Márcio Bins Ely, queremos
agradecer a V. Exª pela homenagem que
estamos recebendo quando comemoramos nosso aniversário. Queremos dizer que V.
Exª é um dos muitos colaboradores que
estão presentes na instituição, buscando ajudar nossos idosos carentes para que
possam ter uma vida digna.
Somos cientes que é da autoria de
V. Exª um Projeto que dará o nome de
João Baptista Tedesco, o Tito, nosso saudoso ex-Presidente, a uma rua de nossa
Capital. Permitam dizer que o Tedesco recebeu a maior honraria do Rotary
Internacional, o prêmio “Dar de si sem pensar em si”, justamente pela sua
atividade frente à SPAAN.
Aceite nosso reconhecimento Ver.
Márcio. É bom, agradável e estimulante ver uma pessoa jovem, como V. Exª , se
preocupar com os nossos idosos. Muito obrigado. (Palmas.)
Exmo Sr. Presidente
desta Casa Legislativa, nestes dias tão agitados de denúncias, de acusações, de
suspeitas, como integrantes de nossa Cidade, desta mui leal e valorosa Porto
Alegre, sentimos satisfação em comparecer a esta Casa democrática, onde os mais
variados Partidos políticos, alicerces fundamentais de uma democracia, estão
representados, e em reafirmar nossa confiança no trabalho honesto e
transparente de Vossas Excelências.
Não estamos aqui somente para
sermos homenageados: estamos aqui para homenagear V. Exas pelo
trabalho que prestam a serviço da comunidade. Acreditamos que na divergência de
idéias, nos debates de questões e problemas, mas com a lisura e dignidade que
Vossas Excelências possuem, só a democracia e a nossa Cidade serão sempre
vencedoras. Muito obrigado por estarmos presentes perante os legítimos
representantes de nossa querida Porto Alegre. Para finalizar, permitam dizer
uma das razões por que devemos ajudar a SPAAN: uma gota de água não aplaca a
sede, mas as gotas da chuva transbordam o rio. Queremos uma chuva de gotas de
alegria. Doe uma gota. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(Durante o pronunciamento do Sr.
Gildásio Alves de Oliveira foi apresentado datashow relativo ao tema.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Registramos a presença do ex-Vereador, hoje
Deputado, Reginaldo Pujol, que nos honra com sua presença. Também registramos a
presença do Sr. Simon Coliante, que é do CENASA - Centro Assistencial Sarandi.
Estamos encerrando esta
homenagem, Presidente Gildásio, que tem, na realidade, um conteúdo de trabalho,
de reflexão, oportunidade em que a Casa registra os 74 anos da SPAAN, essa
Entidade magnífica que presta serviços àqueles que mais necessitam. Portanto,
queremos cumprimentá-lo, Presidente da SPAAN, e ao Ver. Márcio Bins Ely, que já
falou pela Casa. Queremos também saudar o Rotary Club, aqui presente, o Rotary
Internacional, pelo muito que tem feito às nossas instituições. O trabalho do
Rotary tem sido registrado nesta Casa.
A SPAAN está de parabéns. Então,
recebam, mais uma vez, Sr. Presidente da SPAAN e demais integrantes de sua
Diretoria, as homenagens e o agradecimento da cidade de Porto Alegre pelo que a
SPAAN vem fazendo pelos necessitados.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h37min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães - 14h39min): Estão reabertos os
trabalhos.
Passamos às
O período de Comunicações de hoje
é destinado a assinalar o transcurso do 7º aniversário da Unidade do 20º
Batalhão de Polícia Militar do Rio Grande do Sul, nos termos do Requerimento nº
198/05, de autoria do Ver. Dr. Goulart – Processo nº 4.453/05.
Convidamos para compor a Mesa o
Cel. Jorge Alfredo de Barcellos, Comandante do Comando de Policiamento da Capital;
o Tenente-Coronel Flávio da Silva Lopes, Comandante do 20º Batalhão de Polícia
Militar do Rio Grande do Sul; o Sr. Dorocy João Pereira, Governador Assistente
do Rotary Club Distrito 4670, um líder da Zona Norte.
Queremos saudar as demais pessoas
presentes, os senhores e as senhoras, os Soldados, Oficiais e Sargentos da
Brigada Militar do 20º Batalhão, com o Quartel no Jardim Lindóia.
Como extensão de Mesa, queremos
saudar o Tenente-Coronel Alberto Isaias de Brito, Comandante do 1º Batalhão; o
Tenente-Coronel Antero Batista de Campos Homem, Comandante do 21º Batalhão; o
Tenente-Coronel Manoel Vicente Ilha Bragança, Comandante do BOE; o
Tenente-Coronel Leandro Nazareno Reis, Comandante do Regimento Bento Gonçalves;
o Tenente-Coronel Sérgio Augusto Zwetsch, Comandante do 11º Batalhão; o Tenente
Luiz Rogério Lummertz, representando o Vice-Governador do Estado do Rio Grande
do Sul.
O Ver. Dr. Goulart, proponente
desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) No dia 20 de agosto, o 20.º Batalhão
de Polícia Militar fez aniversário. Alguns bons motivos de identificação e de
admiração ora pela Brigada Militar, ora pelo próprio Batalhão da Zona Norte,
fizeram-me apontar essa homenagem onde a Cidade pode enviar formalmente o seu
carinho a esses homens e mulheres abnegados. Não só a brava história dessa
força militar, que sempre me encantou, mas a convivência prática com o seu
efetivo e seus retirados nos primeiros anos da minha história como médico.
Enquanto fazia a minha especialização em Ginecologia e Obstetrícia, o meu
primeiro emprego foi na Instituição Beneficente Coronel Massot, sim, a querida
IBCM, onde fazíamos plantão na Rua Barão do Triunfo e atendíamos os militares e
seus familiares na sede ou em casa, por onde nos transportavam amigos
motoristas em um fusquinha azul, que ainda não sei se existe na IBCM. Foi um
convívio forte e de confiança no lar dos brigadianos, um médico a serviço da
urgência.
O outro motivo é a identificação
comunitária que tenho com o 20.º Batalhão pelo trabalho de atendimento que hoje
desempenha em diversas comunidades para fazer um serviço preventivo na área da
Saúde da Mulher. E mais, é o 20.º Batalhão de Polícia quem cuida, entre outros,
do Complexo Cultural do Porto Seco, onde fica o nosso Sambódromo, área que este
Vereador devota muito carinho e se sente honrado por ter aqui, nesta Casa,
designado a Comissão como Presidente que localizou o Complexo Cultural na zona
do Porto Seco. A Relatoria, naquela época foi feita pelo então Vereador e hoje
Secretário de Educação José Fortunati. O carnaval, nos últimos dois anos, não
tem apresentado conflitos importantes, nesses primeiros desfiles no sambódromo,
alertando para a boa atenção que a Polícia Militar tem com aqueles que deve
cuidar, que deve proteger.
E, mais ainda, nos identificamos
como funcionários públicos – eu, sou médico do SUS -; esses funcionários
públicos que formam um contingente que faz os números estatísticos que os
governos gostam de apresentar. Os bons números, quando mostrados na Saúde e na
Segurança, são criados, feitos e defendidos por nós, funcionários públicos.
Essa homenagem é, também, para
ressaltar esse tesouro que são os trabalhadores públicos, com os quais os
governos podem contar a toda a hora, mas que, muitas vezes, não possuem um
Plano de Carreira na Saúde que os valorize, ou possuem minguados abonos de
periculosidade para aqueles funcionários da Segurança, que deixam as suas casas
para protegerem as nossas, que emprestam a sua vida para cuidar da nossa vida.
Hoje, esta Sessão Solene é uma
congratulação com o sétimo ano de criação do 20º Batalhão da Polícia Militar,
que é um pouco de tudo isso que falei. Um pouco de história: o 20º BPM foi
criado a partir da estrutura do Destacamento Especial do Sarandi, que, em 1998,
havia se desmembrado do 11º Batalhão e que teve como seu primeiro Comandante o
Major Cezar Augusto Rangel Cavalheiro. Também, em 1998, em nova adequação da
reestruturação da Brigada Militar, criou-se o Destacamento Especial Alto
Petrópolis, que passou a ser comandado pelo Major Ismael Albasses Coelho
Pereira. Essa unidade também se reincorporou, depois, ao Destacamento Especial
do Sarandi.
Os cuidados desse Batalhão vão
até o Norte, até às proximidades de uma cidade querida, onde trabalham
bastante, que é Cachoeirinha - mais uma identificação, lá se limitando na Free
Way e no rio Gravataí -; ao Sul, vem até à Avenida Ipiranga e o Campus da
UFRGS, lá na Agronomia; a Leste, chega ao Arroio Feijó; e, a Leste, limita-se
com o dito 11º Batalhão. Limita a área desses cuidadores da segurança em 120
quilômetros quadrados, onde se erguem 13 bairros e 99 vilas, perfazendo um
grupo de 345 mil moradores fixos e 150 mil pessoas flutuantes. Esse Batalhão
cuida, em determinados momentos do seu dia-a-dia, de 500 mil almas. De 500 mil
almas a cada dia! Tem sua sede no bairro Jardim Lindóia e é responsável pelo
policiamento ostensivo da Zona Norte.
O 20º Batalhão foi criado pelo
clamor da comunidade, que necessitava de uma polícia ostensiva, mas aproveitou
e ultrapassou os limites só da segurança, do agente que atende a ocorrências, e
desempenha um relacionamento comunitário efetivo voltado para a prevenção de
delitos e para as relações sociais. Por isso, é denominado de Batalhão da
Comunidade e, em 2004, recebeu o título de “Amigo do Bairro”.
Agradecemos e cumprimentamos o
Comandante do 20º Batalhão, o nosso querido amigo Tenente-Coronel Flávio da
Silva Lopes, e também o Comandante do policiamento da Capital, Cel. Jorge
Alfredo Pacheco de Barcellos, que orientam as intervenções policial-militares,
para que abordem com respeito o cidadão e mantenham zelo intransigente pelos
direitos humanos.
Bravos homens e mulheres que
integram o novo, mas imprescindível, Batalhão, o grande Batalhão Comunitário da
Zona Norte. A cidade de Porto Alegre é honrada e confiante, muito confiante na
Brigada Militar e, através de seus Vereadores, que exprimem as mais variadas
correntes do pensamento, diz muito, muito, muito obrigado, 20º Batalhão de
Polícia Militar! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre Ver. Elói Guimarães,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Ocupo esta tribuna para saudar o 7º aniversário do 20º
Batalhão da Polícia Militar, que hoje recebe a homenagem desta Casa por
proposição do Vereador Dr. Goulart.
Sinto-me muito segura por assim
fazê-lo por acreditar, respeitar e sentir orgulho da instituição Brigada
Militar, tão conhecida da população gaúcha pelo excelência dos serviços que
presta.
O 20º Batalhão de Polícia
Militar, que está localizado no bairro Jardim Lindóia, Zona Norte da Capital,
foi criado com o objetivo inicial de exercer policiamento ostensivo e
estabelecer vínculos mais estreitos com a população. Nesses tempos em que todos
sabemos que a violência urbana desfila diariamente ante aos nossos olhos, essa
aproximação se faz cada vez mais necessária para uma maior eficiência no
combate aos crimes e delitos.
O 20º Batalhão, com seu esforço,
dedicação e empenho no atendimento de ocorrências, foi além das fronteiras de
simples agentes, estendendo-se para um relacionamento comunitário efetivo,
direcionado prioritariamente para a prevenção.
Com isso, os resultados começaram
a aparecer e o sucesso e a repercussão surgiram como conseqüência natural e
merecida por sua participação ativa e protetora na vida da comunidade da Região
Norte.
O 20º Batalhão conquistou o
reconhecimento de ser uma das unidades mais participantes do Comando de
Policiamento Militar da Capital, sendo, inclusive, apontado como Batalhão da
Comunidade e distinguido com o título de “Amigo do Bairro” .
Dito isso, certamente poderia
encerrar a minha fala, e o faço dizendo que lá na Zona Norte um Batalhão da
Brigada Militar se destaca por sua forte atuação no atendimento aos cidadãos,
visando ao seu bem estar e à defesa de suas vidas, zelando pela segurança de
seu patrimônio.
Alegro-me por esta oportunidade
de saudá-los, quando comemoram seu 7º aniversário, e faço isso em nome da
Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos
Nedel, e também em nome do meu pai, Cel. Pedro Américo Leal, que sempre foi um
ferrenho defensor da Brigada Militar. Quero também cumprimentar a mulher
brigadiana - não sei se há alguma aqui presente -, como mulher o faço, com
muito respeito e alegria. Cumprimento-os todos pelo brilhante trabalho e pela
credibilidade conquistada. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente,
gostaríamos de parabenizar o Ver. Dr. Goulart pela iniciativa de trazer para a
Câmara de Porto Alegre o reconhecimento ao homenagear o 20º Batalhão de Polícia
Militar. Quero comentar algumas vinculações, especificamente com esse Batalhão.
Lembro-me que há três anos participei da inauguração, e uma das coisas que me
chamou atenção foi a íntima ligação do Batalhão com as diversas escolas da
comunidade lá presentes. Então, isso mostra, cada vez mais, a aproximação da
comunidade com a Brigada Militar.
Lembro-me também de um fato que marcou muito a
minha vida, quando, no final de julho de 2002, participei de um debate na Rádio
Comunitária ali no bairro Sarandi, na época, junto com o então Capitão Vieira.
Falávamos das dificuldades existentes, dos perigos da redondeza e do grande
trabalho que estava sendo feito ali. Mas, infelizmente, os senhores e as
senhoras da Brigada sabem que, no dia 06 de agosto de 2002, um jovem rapaz, com
30 e poucos anos, o Capitão Vieira, foi morto. Foi uma comoção imensa, porque
ele tinha um vínculo muito grande com aquela comunidade. Este Vereador propôs
que fosse dado o nome de Capitão Vieira a uma praça no Costa e Silva, uma praça
que, por sinal, Comandante, é muito bem-cuidada, há uma íntima ligação entre a
Brigada Militar e o zelo naquela região.
Também agora, no dia 06 de setembro, aqui na
Câmara, vai haver uma homenagem ao Soldado Motta, que faz uma ligação muito
forte naquela região, a questão do 11º, depois do 20º, que é a questão do
Proerd, um projeto magnífico da Brigada na orientação e prevenção do uso de
drogas.
Também queremos registrar aqui a presença do
Subcomandante, Major Silanus, que foi meu aluno na Faculdade de Educação Física
do IPA.
Mas quero também, Comandante, falar da eficiência
do Major Nascimento e do Capitão Souto, da 2ª Companhia, nas diversas ações de
segurança num fórum que foi criado junto ao Colégio São Francisco. Vários
Vereadores que lá participam afirmam que a Brigada Militar, de todas as
entidades, é aquela que até agora tem dado o melhor retorno. E é importante,
porque nós somos daqueles que, quando temos que fazer crítica, fazemos; mas,
quando temos que elogiar, elogiamos. E queremos fazer aqui, de público, o
reconhecimento do trabalho do Major Nascimento e do Capitão Souto e seus
comandados junto àquela comunidade, já tendo sido ventilado aqui, por alguns
Vereadores, esse trabalho magnífico da Brigada Militar ali naquela região, que
tem aproximadamente 120 quilômetros quadrados, 99 vilas, 13 bairros. E a
Brigada Militar, ao longo do ano, desenvolve várias ações de polícia ostensiva,
das quais podemos citar: Operação Volta às Aulas; PM no Ônibus; Proerd, que nós
já havíamos falado; Patrulha da Rede; Operação Papai Noel; Programa de
Aproximação Comunitária. O maior evento, entretanto, é a Operação Carnaval,
realizada desde de 2003, quando foi incorporada, sob a jurisdição do 20º
Batalhão, a questão do Complexo Cultural Porto Seco.
Então, mais uma vez, em nome na
nossa Bancada, do Partido Socialista Brasileiro, queremos trazer de público o
reconhecimento, o carinho do povo de Porto Alegre pelo trabalho desenvolvido
pela Brigada Militar, especialmente naquela região localizada sob a jurisdição
do 20º Batalhão. Muito obrigado, Sr. Presidente. Parabéns à Brigada Militar.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Casa se fez ouvir pelos Vereadores Dr. Goulart,
Professor Garcia e Verª Mônica Leal.
O Tenente-Coronel Flávio da Silva Lopes, Comandante
do 20º Batalhão de Polícia Militar do Rio Grande do Sul, está com a palavra.
O SR. FLÁVIO DA SILVA
LOPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Faço uma saudação especial ao Ver. Dr.
Goulart, autor desta proposta que muito nos honra e muito nos dignifica; e
também uma saudação especial aqui à nossa parceira do Centro Vida, a Sr.
Enoita, que sempre nos prestigia, que nos honra aqui com a sua presença.
Queremos dizer a todos os
senhores que pertencemos a uma histórica organização de prestação de serviços,
o que fazemos com um obstinado senso de dever e de responsabilidade, posto que
lidamos com os valores maiores da humanidade: a liberdade e a vida.
Somos seres de ajuda; nossa
essência é a da utilidade, necessitamos nos sentir úteis e sermos reconhecidos
por isso para podermos sobreviver, reconhecimento esse que estamos
experienciando neste momento, com esta digna e gratificante homenagem dos
dignos Vereadores, representantes da comunidade porto-alegrense.
Como já foi dito, a história do
20º Batalhão começou há sete anos com a denominação de Destacamento Sarandi.
Devido à sua denominação inicial, ainda hoje somos identificados,
carinhosamente, como Batalhão do bairro Sarandi, sendo o Sarandi apenas um dos
bairros da Zona Nordeste da Capital, a qual prestamos serviços.
A nossa área de serviço é de 120
quilômetros quadrados, possuímos 99 vilas, 13 bairros e um total, como já foi
dito, de aproximadamente 500 mil pessoas - ou almas, como bem disse o nosso
proponente -, que circulam e estão nas mãos desses homens e mulheres que tão
bem fazem a segurança dessa comunidade.
Nós temos quatro Companhias
destacadas para os bairros jardim Lindóia, Alto Petrópolis, Parque dos Maias,
Vila Elizabeth. Com isso, nós desenvolvemos a pleno a filosofia da
polícia comunitária. Nesse contexto, buscamos, de forma permanente e contínua,
a integração com a comunidade, adotando uma postura pró-ativa, influenciando
decisivamente no processo social, atuando como elo de ajustamento das posturas
sociais, contribuindo para o fortalecimento da cidadania e minimizando a
ocorrência de delitos e violência. Essa é a missão maior da nossa instituição.
A auto-denominação Batalhão da
Comunidade originou-se dessa ativa participação e permanente integração com a
sua gente, razão pela qual, em 2004, recebemos o carinhoso título ”Amigo do
Bairro”.
O nosso Batalhão, como é mister
nos órgãos Policiais Militares, tem por objeto a ordem pública, que é a
situação de convivência pacífica e harmoniosa da população. A ordem pública é a
ausência de desordem, isto é, de atos de violência contra as pessoas, os bens e
o Estado.
Essa complexa atividade de
polícia ostensiva renova os desafios aos policiais militares, os quais devem
buscar constantemente o aperfeiçoamento de seus métodos, técnicas e processos
de trabalho. Para tanto, se fazem necessários atos de gestão eficientes e
eficazes. Tais atos se materializam através do mix de produtos que a
Polícia Militar disponibiliza à sua gente, não só através do atendimento de
chamados, mas também com atividades de perfil puramente preventivo, que é o que
a comunidade deseja. E aí citamos, entre outros: a Operação Volta às Aulas; o
Proerd - bem destacado aqui pelo nosso Vereador; o PM no Ônibus; a Planilha de
Aproximação Comunitária; as reuniões específicas com segmentos da comunidade; a
Operação Papai Noel; a parceria com a tão importante mídia segmentada, aqui
representada pelo nosso amigo Gonzáles. Além de todas essas operações, está,
principalmente, a instalação de pontes de observações estratégicas e barreiras
de contenção, que os senhores podem verificar ao circularem por Porto Alegre.
Além dessas ações, o maior evento do 20º Batalhão
é, sem dúvida nenhuma, o carnaval, com a qual os ilustres Edis, membros desta
Casa, tão bem se identificam, pois ela é realizada, desde 2003, no Complexo
Cultural do Porto Seco - criação dos senhores.
A percepção de que o profissional investido de uma
função pública deve servir à comunidade e não ser servido por ela; que os
interesses pessoais não podem se sobrepor aos interesses da comunidade para a
qual se habilita a servir, e que a humildade é uma das principais virtudes de
um homem público estão arraigadas e introjetadas nesses homens e mulheres que
aqui estão.
Ser policial não é profissão fácil em lugar nenhum
do mundo, pois lidar permanentemente com o incerto, estar pronto para tomar
decisões graves em um átimo, defender a si e a outrem em cada ocorrência,
socorrendo as mazelas sociais é extremamente desgastante.
Não será contido o índice de criminalidade sem uma
grande mobilização, com ações sinérgicas entre o servidor e o serviço público,
entre a sociedade organizada e a polícia, posto que as sociedades não são
estáticas - vivem em movimentos constantes, resultado das ações humanas, ou melhor
dizendo, das interações genericamente classificadas em cooperação, competição e
conflito.
Os conflitos estão postos no seio da sociedade; a
competição é o que a caracteriza como sociedade; e a cooperação, senhores, é o
buscado pelo Brigada Militar, traduzida através das ações anteriormente
citadas, e também por esta Casa, que hoje nos recebe e nos homenageia, sendo
ela, também, catalisadora dos anseios da comunidade, e que nos remetem os seus
pleitos, e nós, com muita dignidade, procuramos atendê-los.
Assim, elencamos cinco aspectos
considerados fundamentais para se conceber os serviços de polícia que o Estado
Democrático de Direito deve oferecer à sociedade: o serviço policial deve ter
um caráter comunitário, um caráter preventivo; deve ser eficaz, ou seja, chegar
à raiz do problema; deve ser legal, afinal, combater o crime com os métodos do
crime é uma espiral sem saída; o serviço policial deve ser socializado, estar
presente onde o Estado se faz ausente.
Para tanto, nós, Policiais
Militares, não imploramos vantagens, mas deveres; não solicitamos honorários,
mas missões; não reivindicamos mordomias, mas meios para trabalhar melhor, e,
por fim, não pedimos regalias, e sim trabalho.
O policial de rua deve ter um
preparo moral e material capaz de fazê-lo aquele tipo de vigilante
disciplinado, respeitador, protetor, mas severo cumpridor dos seus deveres,
homem cuja presença, longe de incomodar, deve tranqüilizar a comunidade a que
serve, enfim, portador de um armamento que se sabe nunca de agressão, mas sempre
de proteção e quando muito de defesa.
Esse é perfil do policial que nós
desejamos, queremos e estamos implantando no 20º Batalhão.
Nunca se esqueça de que a
segurança começa muito próxima de nós. Ela se inicia no relacionamento
doméstico, no convívio com os amigos, desenvolve-se na via pública, no trabalho
e no cotidiano de cada um. Reza um adágio popular que todo mundo quer justiça,
mas não em sua casa. Queremos um Governo justo, mas não somos justos no
Governo; desejamos políticos incorruptíveis, porém muitas vezes corrompemos os
agentes da Administração para que a Lei não seja aplicada em nosso desfavor;
aspiramos a uma sociedade pacífica, mas não somos pacíficos no trânsito, na
família e no trabalho. Sejamos, pois, justos em cada ato de nossa vida, assim
construiremos uma sociedade mais segura e mais humana.
Diante de todas as dificuldades
existentes para a complexa, mas gratificante, tarefa de ser Comandante de uma
unidade operacional do CPC (Comando de Policiamento da Capital), rememoro Ruy
Barbosa, quando nos ensina que “a força do direito deve superar o direito da
força”, pois o poder da autoridade nos concede a oportunidade de servir as
causas do bem e da justiça.
Pertencemos a uma geração de brigadianos que
consolida, cada vez mais, a nossa Instituição como uma força verdadeiramente da
comunidade; somos os representantes vivos do Estado à disposição da sua gente
durante as 24 horas do dia, todos os dias do ano.
Temos presente que a
responsabilidade social também é atribuição de um gestor de polícia, pelo que
não podemos nos furtar em adotar atitudes no exercício da nossa profissão para
tornar o mundo à nossa volta um pouco melhor.
Não poderia finalizar sem
agradecer ao ilustre Ver. Dr. Goulart, à sua assessoria, na figura da Srª
Regina Ramires, e à sua equipe, pelo brilhante trabalho que é feito como digno
representante dos porto-alegrenses e também por esta homenagem que o 20º
Batalhão recebe nesta tarde. Agradecemos a Deus pela oportunidade de estarmos
vivos, de permitir e nos proporcionar a alegria deste momento que encerramos
citando Russel R. Q. Ackoff: “Para muitos daqueles que o mundo parece fora de
controle, pouca coisa pode ser feita para mudar. Mas enquanto existir pelo
menos um pouco que possa ser feito, precisamos continuar fazendo.” Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós estamos encerrando a justa homenagem que a
Casa, por proposição do Ver. Dr. Goulart, presta ao 20º Batalhão de Polícia
Militar do Rio Grande do Sul. Queremos aqui testemunhar - e o faço também em
nome do amigo Cidadão de Porto Alegre, Dorocy João Pereira, posto que moramos
ali próximos, Cel. Lopes, ao Quartel do 20º Batalhão -, o trabalho incessante,
diuturno que presta a sua Corporação àquela comunidade, que lhe é muito grata,
o trabalho que presta às escolas, aos clubes, enfim, todas as atividades
daquele quadrante norte da cidade de Porto Alegre, dado que o Batalhão tem uma
tarefa imensa, incorporando meio milhão de pessoas, estando, por assim dizer,
sob esta jurisdição militar. Portanto, queremos cumprimentar todos aqui,
Soldados, Sargentos, Cabos, Oficiais, cumprimentar o Cel. Jorge Alfredo de
Barcellos, Comandante do Comando de Policiamento da Capital, e, em especial,
cumprimentar o Tenente-Coronel Flávio da Silva Lopes, Comandante do 20º
Batalhão de Polícia Militar, que tem o título de “Amigo do Bairro” - o Batalhão
da Comunidade -, porque há uma interação extraordinária com aquelas comunidades
da Zona Norte.
Cumprimento Dorocy João Pereira
também, um dos líderes da área, que muito contribuiu e lutou exatamente pela
construção do Quartel do 20º Batalhão.
Portanto, a nossa saudação, mais
uma vez, Ver. Dr. Goulart, meus cumprimentos.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h15min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães - 15h19min): Estão reabertos os
trabalhos.
Conforme consenso estabelecido e deliberação anteriormente tomada, teremos agora o período de Grande Expediente e, logo após, a Tribuna Popular.
Em votação o Requerimento desta
Presidência referente a que façamos agora a homenagem aos 40 anos do Colégio
Santa Rosa de Lima. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos ao
Hoje este período é destinado a
assinalar o transcurso do 40º aniversário do Colégio Santa Rosa de Lima, por
requerimento da Verª Neuza Canabarro.
Convidamos para compor a Mesa:
Srª Karla de Siqueira Henrique, Presidente da Diretoria Executiva da Fundação
Educacional Santa Rosa de Lima, mantenedora do Colégio; Professora Marlene
Brugalli, Diretora Pedagógica do Colégio Santa Rosa de Lima; Srª Cláudia Romeu,
Presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Educacional Santa Rosa de Lima;
Coronel Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul. Saudamos os
demais professores e professoras, em especial aqui os alunos e alunas do
Colégio Santa Rosa de Lima. (Palmas.)
A Verª Neuza Canabarro, proponente desta homenagem,
está com a palavra em Grande Expediente.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós temos um
enorme prazer em recebê-los nesta Casa e em poder homenageá-los em nome da
Bancada do PDT, composta pelos Vereadores Nereu D’Avila, Dr. Goulart, Márcio
Bins Ely, Mário Fraga, Ervino Besson e esta Vereadora. Em 1965, a Sociedade de
Educação Santa Rosa de Lima, das Irmãs Dominicanas da Ordem Romana de São
Domingos, funda a Escola Primária Santa Rosa de Lima. Hoje, o Colégio conta com
os três níveis da Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Em 1981, acontece uma importante alteração no sistema de gestão
da Escola. As Irmãs Dominicanas encerram suas atividades em Porto Alegre,
implicando o fechamento da Escola. Por iniciativa dos pais é promovida
manutenção, criando-se a Fundação Educacional Santa Rosa de Lima, tornando-se,
oficialmente, a mantenedora do Colégio Santa Rosa de Lima. Esta Fundação elege
bienalmente os órgãos administrativos da Instituição, tais como Diretoria
Executiva, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal, que exercem suas funções em
caráter voluntário. Nós gostaríamos de ressaltar que essa é uma iniciativa, é
um projeto que serve de modelo, de parâmetro para tantos e tantos outros
colégios, escolas, instituições educacionais que não têm, em determinado
momento, condições de continuar com a sua manutenção. É uma saída daquelas
saídas em que se pode dizer que se obteve sucesso. A partir desse breve
histórico, é possível verificar que, em seus 40 anos de existência, o Colégio
Santa Rosa de Lima esteve sempre à frente dos desafios e das mudanças impostas
pelas adversidades e pela modernidade, adotando modelo de gestão ampliada e
democrática, com a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade
escolar, como pais, professores, alunos e instituições escolares. O Colégio
tem-se destacado como referência em gestão administrativa e pedagógica em nossa
Cidade, pois desde 1981 dá importância à participação da família no processo da
educação escolar.
Na proposta pedagógica do Colégio,
destacamos, dentre tantos, três aspectos relevantes, os quais enaltecemos nesta
homenagem: a valorização da cultura e da criatividade, a excelência na educação
e o conhecimento com afeto.
Corroborando a célebre máxima de
que “não há nada mais universal do que o regional”, a Escola adota pressupostos
que teóricos “identificam na cultura valores circunscritos nesta universalidade
permanente, considerando-os o real patrimônio da humanidade”.
Não exageraremos em afirmar que é
necessário incluir a cultura regional na educação das crianças, porque sabemos
que toda a informação que alguém pode ter sobre a sua fisionomia cultural ajuda
a compreender melhor o mundo, sua formação social e sua própria história.
Identificamos na proposta
pedagógica do Colégio Santa Rosa de Lima a ênfase na criatividade e no
conhecimento com afeto como aspectos de extrema relevância para a educação de
nossos alunos. Vivência lúdica dos professores e das crianças, inspiradas em
uma escola ativa e alegre que oportunize aprendizagem de forma prazerosa.
Entendemos que o trinômio criatividade/conhecimento/afeto resgata para a sala
de aula a poesia do aprender amando, numa aproximação efetiva do educando com o
educador.
Destacamos, ainda, nas palavras
do grande pensador Carlos Drummond de Andrade algumas linhas poéticas que
ilustram o que acreditamos e estamos exemplificando. (Lê.): “Por que motivo as
crianças, de um modo geral, são poetas e com o tempo deixam de sê-lo? Será a
poesia um estado de infância relacionado com a necessidade de jogo, a ausência
de conhecimento livresco, estado de pureza da mente, em suma?... Mas se o
adulto, na maioria dos casos, perde essa comunhão com a poesia, não estará na
escola, mais do que em qualquer instituição social, o elemento corrosivo que o
estudo sistemático desenvolve até desaparecer no homem feito e preparado
supostamente para a vida? Receio que sim. A escola enche o menino de
Matemática, de Geografia, de Linguagem, sem, via de regra, fazê-lo através da
poesia da Matemática, da Geografia, da Linguagem. A escola não prepara em seu
ser poético, não o entende em sua capacidade de viver poeticamente o
conhecimento do mundo”. Carlos Drummond de Andrade.
Parabéns ao Colégio Santa Rosa de
Lima! (Palmas.)
O Sr. João Antonio
Dib: V.Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.)
Nobre Verª Neuza Canabarro, eu quero cumprimentá-la pela iniciativa da
homenagem. Eu participei das primeiras assembléias quando as Irmãs deixaram a
Escola entregue à Fundação, e a Fundação até hoje, ao que sei, não tem o
Decreto de Utilidade Pública. Eu acho que Vossa Excelência poderá dar início ao
processo, o que seria muito correto e muito justo.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: Eu agradeço pela sugestão e imediatamente já me
coloco à disposição. Vou fazê-lo, parabenizando, mais uma vez, a todos. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Srª Karla de Siqueira
Henrique, Presidenta da Diretoria Executiva da Fundação Educacional Santa Rosa
de Lima, mantenedora do Colégio, está com a palavra.
A SRA. KARLA DE
SIQUEIRA HENRIQUE: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, e demais componentes da Mesa; Srª Verª
Neuza Canabarro, proponente desta homenagem; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; demais autoridades presentes, boa-tarde. Eu peço licença aos
senhores e senhoras para continuar citando outras pessoas especiais, como os
pais, colegas da Diretoria Executiva da Fundação Educacional Santa Rosa de
Lima, Vilmar Trevisan, Paulo Samuel, Roberto Abreu, Victor Trevisan, José
Kobielski e Norma Ataíde, a mãe Presidenta do Conselho Deliberativo, Cláudia
Romeu; a nossa Diretora Pedagógica, Profª. Marlene Brugalli; a Equipe técnica,
Professora-Coordenadora Bernadete S. Pinto; Orientadoras Educacionais, Érika e
Jaci; professores e funcionários aqui presentes representando o Colégio,
queridos alunos e filhos, estimados pais aqui presentes.
Fico muito feliz e honrada por
poder estar aqui, num evento tão especial, representando a Fundação Educacional
Santa Rosa de Lima. Evento este que celebra os 40 anos do Colégio Santa Rosa de
Lima; uma instituição de ensino que ao longo desses anos tem transformado
sonhos em realidade.
A maneira como o Colégio se constitui nos ajuda a
compreender o porquê de nossos alunos serem tão singularmente especiais. Somos
pais sócios, na realidade nos fazemos agenciadores de uma sociedade que visa a
educação de qualidade que inclui - acima de tudo - a participação. Vivemos
todas as dores e as alegrias que há num processo democrático e isso reflete em
nós, pais. Nós não somos administradores escolares por formação, mas por opção
e por coração. Isso reflete nos nossos lares, com a nossa família e nossos
filhos, alunos do Santa Rosa. Algo que se “retroalimenta”, já que é da vivência
escolar e que vem da vivência escolar a motivação para nossos filhos e para nós
ao exercício democrático, à formação de opinião e a outros sentimentos nobres
como o respeito à diversidade, à fomentação da solidariedade e da cooperação.
Nossos filhos aprendem a viver
democraticamente numa instituição de ensino que prioriza o aprendizado. E
quando eu falo aprendizado, não me refiro apenas a aprender a ler e a escrever,
às formulas matemáticas, às regras de ortografia e gramática, aos componentes
de uma fórmula química, ao estudo da geografia e da história, falo num
aprendizado que ultrapassa essas disciplinas, um aprendizado para a vida:
aprender a ouvir, a falar, a esbravejar, a criticar, a levantar bandeiras, a
divergir, a ser responsável, a ser cidadão, a discutir, a aceitar, a conciliar.
No Santa Rosa, formamos leitores,
músicos, artistas, atletas, pesquisadores, cidadãos; todos autores de sua
própria trajetória no infindável caminho do conhecimento. Multiplicando suas
perspectivas, abrindo seus ouvidos, apurando seu olfato, formando um caráter
livre e intrépido, fazendo desse processo de conhecer uma aventura, lançando-se
com consciência, curiosidade e alegria por territórios inexplorados, produzindo
sentidos novos e múltiplos. Amadurecendo para a vida!
Então para nós, os pais, fica o
sentimento de que temos o prazer e o dever de participar dessa aventura junto
com os nossos filhos, dando-lhes a mão segura, aconchegando-os nas frustrações,
confraternizando nas conquistas, motivando-os a prosseguir. Sendo a mão que
segura com firmeza o carretel da pipa e só dessa maneira é que ela faz um vôo
bonito, que encanta, que emociona!
E acreditem, isso não é um sonho!
Este é o dia-a-dia do Colégio
Santa Rosa de Lima, onde cada ator desse cenário educacional, social, político,
faz parte da história de uma instituição de ensino que proporciona oportunidade
de cada um ser único, singular, díspar.
Por isso, muito emocionada, digo
a toda comunidade santa-rosense: cada um de nós faz parte de um importante
processo educacional, para a nossa família, nosso Bairro, para a nossa Cidade,
Estado e País. Cada aluno, cada pai, cada professor, cada funcionário, cada um
com suas peculiaridades tem um valor inenarrável na trajetória desta Escola que
nos acolhe e nos aconchega. E se, hoje, comemoramos os 40 anos, muito ainda
temos que fazer, sonhar, acreditar, ousar, fazer acontecer para que o Santa
Rosa se fortaleça nessa história de sucesso.
Dessa forma, o meu desejo é que
as nossas mentes e corações continuem entrelaçados nessa grande construção. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Professora Marlene Brugalli, Diretora Pedagógica
do Colégio Santa Rosa de Lima, está com a palavra.
A SRA. MARLENE
BRUGALLI: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães; Verª Neuza Canabarro, proponente desta
homenagem; demais autoridades presentes; comunidade santa-rosense, boa-tarde a
todos.
Estamos profundamente emocionados
com o destaque que a Câmara Municipal de Porto Alegre está promovendo ao
Colégio Santa Rosa de Lima, como uma demonstração de reconhecimento da proposta
educacional que vem realizando ao longo de 40 anos. O Colégio, como um espaço
especial de aprendizagem e múltiplas experiências, que muitas pessoas tiveram a
oportunidade participar, iniciou com uma turma de Educação Infantil e,
gradativamente, foram sendo implantadas as séries do Ensino Fundamental.
Em 1982, aconteceu uma importante
alteração, a oficialização da Fundação Educacional Santa Rosa de Lima, que passa
a ser a mantenedora do Colégio, o que contribui para profundas mudanças na
forma de administrar e gerir o processo educacional da instituição, com a
participação dos pais.
Em 1992, começa a funcionar a
primeira turma do Ensino Médio.
Com uma trajetória marcada por
pessoas e episódios que possuem relevância histórica, o Colégio chega aos 40
anos, com um conhecimento acumulado, “ressignificado”, atualizado e
contextualizado, conferindo-lhe um saber que lhe é peculiar e, por isso, único,
fazendo do Colégio uma escola diferenciada com uma proposta para todos e para
cada um em especial.
Então, por esse motivo, o nosso
muito obrigado por este espaço. Eu convidaria, neste momento, a Iara Binta,
Presidente do Grêmio Estudantil do Colégio, a cumprimentar a nossa Verª Neuza
Canabarro, bem como um grupo de alunos oferecer os mimos aos representantes
desta Casa. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(É feita a entrega dos mimos.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Ouviremos, a seguir, as canções: “Xote da Amizade”,
“Anel” e “Casinha Torta”, interpretadas pelo Coral Coraloke, regido pela
Maestra Simone Rasslan.
(Assiste-se à apresentação.)
(Palmas.)
A SRA. SOFIA CAVEDON
(Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, gostaria que
constasse nos autos desta homenagem que a Bancada do Partido dos Trabalhadores
se soma à homenagem trazida aqui pela Verª Neuza Canabarro, reconhecendo a
história que faz o Colégio Santa Rosa de Lima na educação desta Cidade. E
reconhecendo o grande esforço, e o que é de vanguarda e inédito: um conjunto de
pais manter, administrar essa Escola e demonstrar que é possível construir uma
educação diferente. Parabéns!
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Registrado, Vereadora. Estamos encerrando esta
homenagem proposta pela Verª Neuza Canabarro, e temos dito reiteradamente que é
sempre altamente gratificante a Casa do Povo da cidade de Porto Alegre
homenagear a educação, as escolas. E o Colégio Santa Rosa de Lima faz 40 anos
de fecunda atividade no desenvolvimento da educação. Portanto, cumprimentamos,
mais uma vez a Srª Karla de Siqueira Henrique, Presidente da Diretoria
Executiva da Fundação Educacional Santa Rosa de Lima, mantenedora do Colégio,
filha do coronel Irani Siqueira, amigo da Casa e também assessor do Comando
Militar do Sul; a Prof.ª Marlene Brugalli, Diretora Pedagógica do Colégio Santa
Rosa de Lima; a Srª Cláudia Romeu, Presidente do Conselho Deliberativo da
Fundação Educacional Santa Rosa de Lima. Suspendemos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h48min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães - 15h58min): Estão reabertos os
trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Valdir Terra, representante do Conselho do Comércio Informal de
Rua, estará com a palavra para tratar de assunto relativo ao Código de
Posturas, mudança/shopping popular, pelo tempo regimental de cinco
minutos. O Sr. Juliano Carriconde Fripp, Presidente da Asferap, também terá o
tempo regimental de mais cinco minutos.
Queremos saudar os trabalhadores,
da economia informal, presentes, também o Conselho do Comércio Informal de Rua.
(Palmas.) Senhores e senhoras, a Tribuna Popular é um dos primeiros expedientes
da Sessão, mas, hoje, em face de a Casa ter tido, aqui, uma série de
atividades, em diálogo com as Lideranças, nós colocamos, portanto, a Tribuna
Popular neste horário. Nesse sentido, nós queremos agradecer aqui a compreensão
dos senhores e das senhoras.
O tempo será dividido em duas
partes, que serão utilizadas pelo Sr. Juliano Carriconde Fripp e pelo Sr.
Valdir Terra.
O Sr. Valdir Terra, representando
o Conselho do Comércio Informal de Rua, está com a palavra pelo tempo
regimental de cinco minutos.
Eu não acredito que Porto Alegre,
que se diz a Capital do Mercosul, a Cidade com a melhor qualidade de vida da
Região Sul, queira excluir, queira jogar na miséria milhares de trabalhadores
da economia informal!
Tentam passar a idéia de que o
problema no Centro é o camelô, é o trabalhador informal, e que tirando o
trabalhador das ruas o problema estaria resolvido! Mas eu pergunto aos
senhores: desde quando trabalhar constitui crime? Crime é o cidadão andar na
Rua da Praia e ser assaltado! Crime é andar no Centro e ver dezenas de meninos
de rua cheirando cola, fazendo pequenos furtos! Crime é a prostituição de
menores na nossa Cidade, nas nossas calçadas e praças! Crime é a Saúde Pública
deste Município!
Os lojistas nos acusam de causar desemprego, mas a
verdade é outra, que eles tentam esconder: o que causa o desemprego são os
encargos sociais! Para conhecimento de todos, para cada 100 reais de salários
pagos, o empregador brasileiro paga 102 reais de encargos sociais, sem falar
nos aluguéis das lojas comerciais! É um absurdo os valores praticados nesta
Cidade!
Muitos dos nobres Vereadores foram eleitos com o
nosso voto, com o voto do trabalhador informal. Portanto, eu digo aos senhores:
chegou a hora da verdade! Os senhores terão de escolher se estão do nosso lado!
Eu, sinceramente, estou, hoje,
bastante feliz, porque é a primeira vez que a nossa categoria tem esse espaço!
Eu quero agradecer a todos que estiveram aqui nesse Movimento, a todas as
autoridades, a todos que contribuíram para que nós chegássemos até aqui!
Portanto, eu queria dizer para o nosso povo que, aqui é o nosso direito, que,
aqui, nós estamos, realmente, representados! (Palmas.)
Eu quero dizer que nós estamos,
aqui, defendendo o nosso trabalho, defendendo o nosso direito de trabalhar, o
nosso direito de trabalhar que está garantido na Constituição!
E, mais uma vez, eu vou repetir:
eu não acredito que os nobres Vereadores votem nessa Lei, nessa mudança do
Código de Postura.
E, para concluir, eu queria dizer
que o nosso Movimento está aberto, que a nossa Comissão, a nossa organização
está aberta a qualquer tipo de negociação, mas nós somos terminantemente
contrários à mudança do Código de Posturas e contra o shopping vertical.
Obrigado a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Sr. Juliano Carriconde Fripp, Presidente da
Asferap, está com a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos. (Palmas.)
O SR. JULIANO
CARRICONDE FRIPP: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero agradecer a
acolhida aqui nesta Casa, que é a Casa do Povo, e agradecer às pessoas que
tiveram a compreensão - o nosso pessoal, a nossa categoria de trabalhadores de
comércio informal - e souberam esperar o nosso momento. Nós tínhamos um horário
às 14 horas, mas, vendo a importância dessas crianças que estavam aqui sendo
homenageadas e a Brigada Militar, a gente abriu mão do nosso espaço e do nosso
horário e, de forma compreensiva, a gente está aqui, esperamos esse horário e
estamos aqui, agora, para poder fazer a nossa fala. Eu quero agradecer,
principalmente a essas pessoas. (Palmas.)
Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
aqui, quando eu olho esta Casa, eu lembro o ano passado, quando a gente veio
aqui e se pronunciou nesta tribuna e a gente enxerga vários Vereadores que, no
ano passado, estiveram do nosso lado, e eu faço questão de citar os nomes
dessas pessoas que tiveram, de uma certa maneira, do nosso lado, nos apoiando
de uma maneira ou de outra. Então, faço questão de citar os nomes das pessoas,
como o Seu Haroldo de Souza (Palmas.); o Sr. Sebastião Melo, que esteve do
nosso lado (Palmas.); a D. Clênia Maranhão, que esteve também do nosso lado
(Palmas.); o Ver. Oliboni, que esteve do nosso lado (Palmas.); Seu Nereu
D’Avila, que não se encontra na Casa, mas também, em certo momento, esteve do
nosso lado (Palmas.); o Seu Cassiá Carpes (Palmas.) e Seu Isaac Ainhorn, que
foram eleitos Vereadores e que estão numa Secretaria, mas estiveram do nosso
lado; e o nosso Ver. Raul Carrion, que também esteve sempre do nosso lado.
(Palmas.)
Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
a gente, quanto criou este Conselho do Comércio Informal de Rua de Porto
Alegre, há 45 dias, vendo o problema que estava acontecendo no que se refere à
mudança no Código de Posturas, a gente conseguiu fazer uma coisa que era
impossível para muitos: unificar uma categoria. Hoje estamos aqui, conseguimos
unificar a categoria do comércio informal de rua; então, estamos com a Feira da
Ughini, Ulbra, com a Praça XV, a Montaury, a Rua da Praia, o Cine Cacique, os
Caixinhas, Assis Brasil, Protásio Alves, Osvaldo Aranha, Artefan, Borges de
Medeiros, Associação das Towners, os PPDs, o MDT – que é o pessoal do Lula – e
o MDM, de rua, que estão junto conosco nessa categoria. Então, acho que essas
pessoas também merecem um aplauso; são 9 mil pessoas que estão envolvidas nesse
processo. (Palmas.)
E, com certeza, todos esses
Vereadores que eu citei, e muitos mais que eu não citei, que foram eleitos
neste ano, tiveram nosso voto e estão nesta Casa, porque nós os elegemos, para
que eles aceitem nossas idéias e sejam parceiros nesta luta (Palmas.). Porque o
lugar de comércio informal de rua é na rua. A rua é espaço público. Nós não
somos contra a organização, pelo contrário: queremos organização. Todo mundo é
consciente de que existe, em certos lugares, desorganização. Todo mundo quer se
organizar! Todo mundo quer fazer parte da organização e ser parceiro do Poder
Público, da sociedade nessa empreitada; e, com certeza, todos os 36 Vereadores,
o Prefeito e os Secretários futuramente vão ser ovacionados, porque vão estar
junto com essa parceria, e nós vamos também querer fazer parte dessa parceria.
Então, a gente trabalhou em três
eixos - para complementar, porque meu tempo já está esgotando. Unificar a
categoria - e este é um momento histórico, nunca houve um momento onde todos os
trabalhadores do comércio informal estivessem reunidos, e agora é o momento,
estamos juntos nessa luta, porque todos serão pegos se essa lei for aprovada.
Conseguimos a opinião pública; temos aqui, Sr. Presidente, 15 mil assinaturas
em quinze dias de trabalho, perguntando a opinião das pessoas, que responderam:
“Sim, queremos vocês na rua.”, porque o lugar de trabalhador informal é na rua,
pois não existe emprego, e é na rua que vamos conseguir esse emprego, é a única
maneira digna de poder sustentar nossa família. E o terceiro é conscientizar e
pedir o apoio desta Casa, para os 36 Vereadores, e temos certeza de que esses
36 Vereadores - tirando algumas exceções, que a gente sabe quem são -, a
maioria, estão do nosso lado, porque esta Casa defende, antes de tudo, um
direito constitucional e o direito é ao trabalho. Organização, sim! Extermínio,
não! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Recebo, pelas mãos do Presidente, material contendo
assinaturas de apoio ao movimento; o material ficará à disposição dos Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras.
O Ver. Raul Carrion está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, em meu nome e em nome da minha Líder, Verª Manuela,
queríamos fazer uma saudação ao Juliano Fripp, da Asferap, e ao Waldir Terra,
do CCorpo; em nome deles saudamos toda a categoria de ambulantes, trabalhadores
informais aqui presentes.
Queria dizer que, no entendimento
da Bancada do PCdoB, trabalhador informal também é cidadão, são homens e
mulheres honrados diante da dificuldade de emprego. Sabemos que hoje mais de
50% dos trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada, estão na
informalidade, e que nós temos que tratar essa questão com sensibilidade
social, buscando discutir de forma organizada, de forma a contemplar todos os
interesses da Cidade e contemplar também o interesse de vocês. Porque se estão
na rua, na intempérie, sem direito à aposentadoria, não é porque querem, mas é
porque vocês precisam manter as suas famílias.
Queria dizer que nós marcamos
para o dia de amanhã, às 15 horas, na Fecosul, na Rua dos Andradas nº 943, 7º
andar, uma Audiência Pública da CUTHAB, com todos os Vereadores: Ver.
Comassetto, Ver. Vidal, Ver. Ismael, Ver. Brasinha, Ver. Mario Fraga, para
discutir esta questão. Estão convidados os trabalhadores informais;
comerciários; CDL; Poder Público Estadual, através da Stasc; Poder Público
Municipal, a SMIC; o DIEESE, para trazer os dados da própria informalidade no
País, para discutirmos os Projetos, inclusive, que a Prefeitura está
examinando.
Nós pensávamos já ter esse
Projeto a partir do início deste mês, ainda não está elaborado, não veio para a
Casa.
Existem notícias da idéia que
vocês vêm lutando, por um camelódromo horizontal. Em suma, é um momento
importante para vocês estarem amanhã. Claro que não pode todo esse pessoal,
cabem cento e poucas pessoas, mas pode ir uma representação de todas as feiras
e dos órgãos públicos para que nós possamos fazer esse diálogo, porque esta
Casa, certamente, será sensível às preocupações de vocês e às necessidades da
nossa Cidade de ter a máxima organização possível.
Então, é legítima a vinda de
vocês. Parabéns, e contem com a CUTHAB e com a Bancada do PCdoB para um exame
cuidadoso do assunto para preservar os direitos dos trabalhadores informais.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, senhores representantes da
categoria que estão trazendo a esta Casa, democraticamente, as suas reivindicações,
gostaria de dizer, em nome da Bancada do PT, que já estamos marcando para
quarta-feira de manhã, no final da manhã, para recebermos uma Comissão para
continuarmos um diálogo. Porque nós compreendemos que não existe saída sem a
participação da comunidade com esta Casa. Eu acho que é isso que nós procuramos
buscar neste momento. Para o capitalismo não existe alma; não importa se a
economia é formal ou informal, eles querem lucro. E nós temos que ter respeito
para com esse povo trabalhador, porque não há mais emprego. E a grande maioria
são mulheres, mães e chefes de família! (Palmas.)
Nós queremos dizer que estamos
com a mesma lógica. Quando o Prefeito Fogaça ganhou democraticamente, de nós, a
eleição, disse que iria resolver este problema. Nós também achamos que temos
que continuar, nós vamos estar muito firmes cobrando aquilo que foi dito
durante o período eleitoral – que se faça valer! E podem contar conosco! Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
Nós conhecemos muitas das pessoas que aqui estão,
são fraternalmente da nossa amizade, da nossa estima; agora, primeiro, já foi
dito pelos Vereadores aqui - e nós concordamos - que o desemprego hoje é uma
realidade; outra questão é a disposição de trabalhar, que é uma realidade
também; muita gente opta por outros meios, muito mais virulentos em relação à
sociedade. Agora, tem que também pensar na população de Porto Alegre, na cidade
de Porto Alegre, enfim, no seu Centro, na sua potencialidade. Então, sem
demagogia - que não é e nem nunca foi o nosso paradigma -, mas com seriedade, e
pensando realmente em quem trabalha e deseja trabalhar: a realidade do País é o
desemprego, e o Presidente prometeu 10 milhões de empregos e não deu sequer um
milhão! Esta é a realidade, não adianta fazer demagogia para as palmas. Agora,
quem conhece a gente, e eu fico agradecido por ter sido citado, certamente com
relação ao tempo em que fui Secretário da SMIC e trabalhei com seriedade -
muita gente aqui sabe -, mas temos que averiguar exatamente cada proposta. Da
Bancada do PDT, da qual faço parte e estou falando neste momento, podem ter
certeza de que nós estaremos sentados à mesa com V. Sas, para
ouvi-los e para aquilo que a própria população está consignando.
Eu estava, outro dia, lá na
Redenção, e a população estava lá, vieram a mim para dizer que estavam
sensíveis à proposta, que estavam lá com as nossas fotos. Então, nós somos
Vereadores da cidade de Porto Alegre e queremos o melhor para a Cidade, claro,
levando muito, muito em conta, a vontade de trabalhar, a vontade de ajudar a
Cidade e, principalmente, de manter as suas famílias, manter o seu trabalho,
que é um direito e que nós queremos assegurar, em primeiro lugar, a todos.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói, Juliano, Waldir, e especialmente as centenas
de trabalhadores da área informal que nos honram aqui com as suas presenças, eu
quero dizer, Juliano, que eu mudei de lado, mas não mudei de discurso, não. Eu
acho que camelô não é caso de polícia; é uma questão humanizada, e é assim que
o Governo está tratando. Aliás, eu quero dizer que a nossa Bancada, e nós
pertencemos a um bloco do Governo, vai conversar muito sobre isso; o Projeto
sequer chegou à Casa. O uso da Tribuna Popular é um instrumento democrático
muito importante, e a nossa Bancada está francamente favorável com uma
discussão qualificada sobre essa matéria. Reconhecemos que um dos fatores da
informalidade, sim, é uma carga tributária monstruosa, neste País, que leva
milhares de pessoas, indiscutivelmente, à informalidade. Por outro lado, este é
um País que aposta na especulação, é onde os banqueiros têm juros
estratosféricos e ganham bilhões e bilhões de dinheiro, enquanto o setor
produtivo deste País está morrendo à míngua. Agora, que bom que a Bancada do PT
vai receber os senhores na semana que vem, porque durante 16 anos não os
receberam. Fiquei muito satisfeito; quero cumprimentar a Bancada do PT.
Quero dizer que eu não vou tratar
esse tema de forma eleitoral, não. Eu acho que a Cidade deve ser tratada como
um todo; o Governo, o Sr. Prefeito Fogaça, o Secretário Cecchin, que é do nosso
Partido, que tem tido um diálogo espetacular com todos os setores desta Cidade,
nós temos falado diariamente sobre essa matéria. Acho que essa questão do shopping
vertical, se vai ser vertical, se vai ser horizontal, é uma questão aberta,
em discussão; não é uma questão fechada. Portanto, eu acho extremamente
importante que esta Casa aprofunde o assunto. Aqui é a Casa do Povo, aqui está
o estuário da vontade da Cidade, e esta Casa não tem faltado à Cidade e não vai
faltar com relação a esse tema. Agora, o que eu não vou caminhar é no discurso
fácil. Não, eu quero dizer que continuo com as mesmas posições, tenho
responsabilidade, somos Governo, mas o Governo Fogaça, por meio do Secretário
dessa área e por meio do próprio Prefeito Fogaça, tem sido extremamente
cauteloso. Vamos dialogar, vamos tratar dessa matéria de forma humanizada; eu
reconheço que, na questão do Centro, tem de enfrentar o trânsito, tem de
enfrentar, sem dúvida nenhuma, a Segurança pública, tem de enfrentar,
indiscutivelmente, o encontro do Lago com a Cidade, tem de encontrar um roteiro
cultural para a Cidade, e dentro disso o comércio informal também tem de ser
tratado. Então, não dá para se tratar disso de forma isolada. Ainda dizia o
Secretário que talvez uma das hipóteses seria construir uma plataforma. Não é
chegar até a Av. Mauá, mas construir uma plataforma na parceria público-privada,
onde as pessoas desceriam do ônibus na Praça Rui Barbosa e poderiam acessar
então o mercado popular. Essa é uma das alternativas, mas não a única. Então,
em boa hora, amanhã, na CUTHAB, espero que a CEFOR, presidida pelo Ver. Dib,
que também eu acho que é a Comissão competente, debatam essa questão da
informalidade, e com certeza esta Casa maduramente vai debater e vai decidir a
favor do povo, a favor da cidadania, e especialmente jamais contra os
trabalhadores, que merecem o nosso carinho e o nosso respeito. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, quero dizer para vocês que eu sei
o quanto é difícil sair de manhã para vender na rua, porque eu também fui
vendedor ambulante e sei a dificuldade que vocês passam. (Palmas.) Eu tenho
certeza absoluta de que os Vereadores vão olhar com muita atenção esse Projeto,
porque tem muita gente que precisa realmente sobreviver, e nós temos que dar
apoio a essas pessoas. Quem mais precisa são vocês! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, fiz questão de usar o Tempo de Liderança da Bancada do PPS, Bancada
aqui representada pelo Ver. Paulo Odone e pelo meu mandato, porque achei importante,
diante do número significativo de porto-alegrenses, mulheres e homens
trabalhadores do mercado informal, que retornam à nossa Casa. Poder dispor um
pouco mais do tempo para primeiro saudar, mais uma vez, a presença de todos
vocês aqui neste Plenário. (Palmas.) Sejam todos e todas muito bem-vindos, como
sempre foram ao longo dos últimos anos, quando aqui sempre trouxeram o drama
das mulheres e dos homens do mercado informal, que têm tido enorme dificuldade,
até pela omissão do Poder Público, de poder exercer as suas atividades
econômicas. Queria saudar o Alex, o Juliano, o Waldir, o Antônio, o pessoal do
Movimento de Moradores de Rua, e dizer que, aqui, quero defender aquilo que
sempre defendemos; e quero dizer para vocês que desta vez, com o nosso discurso
permeado com a esperança de uma solução, a participação de vocês será decisiva.
Quero dizer às senhoras e aos senhores que nós ainda não temos nesta Casa, o
Projeto de Lei com as modificações que hoje são discutidas e que já foram,
inúmeras vezes, discutidas pela SMIC, pela Secretaria de Governança, pelo
próprio Prefeito José Fogaça, com muitas e muitos dos Líderes aqui presentes.
Quero dizer que o diálogo, a
marca deste Governo, estará presente em todo o processo e será o fruto desse
diálogo que trará a decisão do tipo e da localização do camelódromo aéreo, do shopping
popular, que vocês devem ter porque merecem. Porque hoje a situação de abandono
do Centro de Porto Alegre tem, inclusive, expulsado de lá uma grande parcela de
consumidores dos seus produtos.
Quero dizer também que as
primeiras propostas foram modificadas, e isso já é fruto das inúmeras reuniões
ocorridas com as associações que vocês representam, com a posição de inúmeras
Vereadoras e Vereadores. Nós sabemos que em cima da Praça Rui Barbosa é uma
alternativa, talvez a mais próxima do que vocês almejam, mas que a decisão
final será fruto do diálogo, do debate, da construção política e da alternativa
real que melhore as condições de trabalho para as mulheres e os homens do
mercado informal.
Este Governo jamais tratou o
trabalhador do mercado informal como marginal, jamais teve ações policialescas
ou de xerifes, porque nós sabemos que as pessoas que saem de casa para vender
nas ruas os seus produtos, debaixo das intempéries que oferece as ruas de uma
cidade, é porque não têm tido a oportunidade de ter um trabalho com carteira
assinada; é porque o crescimento econômico deste País está estagnado e não
estão sendo abertos novos mercados de trabalho. (Palmas.)
Eu vi que desta vez a Líder da Bancada do PT fez o
reconhecimento de que aquele anúncio que haviam criado não sei quantos milhões
de empregos era realmente mentiroso, porque a própria Líder da Bancada do PT,
no microfone de apartes, disse que não existem empregos. E é realmente esta a
realidade: não existem empregos e as pessoas precisam ter atividades informais
para que possam sobreviver com dignidade. Quero cumprimentar os senhores pela
luta que efetuam e espero que cheguemos realmente a um bom termo. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, integrantes do
comércio informal em Porto Alegre, eu acho que o problema deve ser resolvido
com seriedade e serenidade. É a segunda vez que um Governo Municipal tenta
equacionar e resolver este problema. Algumas dificuldades têm de ser superadas.
Agora, eu quero dizer a todos vocês que há alguns trabalhadores informais aqui
que não haviam nascido quando eu ouvi o primeiro discurso em relação ao
problema do trabalho informal, em 1971, quando eu cheguei na Câmara. Discursos
não resolvem o problema.
Nós não temos nenhum Projeto na
Câmara para ser analisado. Claro que assim que ele chegar nós vamos analisá-lo
com seriedade, com serenidade e, sobretudo, com a responsabilidade que devem
ter todos os Vereadores representantes do povo. Não será de forma diferente.
Agora, reafirmo: o que eu ouvi de discursos até agora é uma coisa
impressionante, daria para fazer um livro! E o primeiro eu ouvi em 1971, quando
me obrigaram a me pronunciar e eu não queria, porque eu queria ouvir, eu estava
chegando na Câmara. Então eu quero dizer que os senhores têm o nosso carinho e
o nosso respeito, mas também nós queremos o respeito e o carinho retribuído. E
não se exerça pressão sobre aqueles que representam o povo, da forma que eu
várias vezes também vi. Nada disso resolve. Tudo se vai resolver no consenso,
na troca de idéias, no Projeto a ser apresentado. E eu vejo que a Prefeitura
está tentando dialogar com os senhores e talvez encontre a solução melhor para
que nós, todos, possamos trabalhar. Porque nós todos temos preocupação com a
falta de trabalho. Lá na Prefeitura - é só subir a escada para ver - há uma
frase que diz assim: “O trabalho é o maior fator de elevação da dignidade
humana”. Portanto, nós queremos que vocês tenham dignidade. Saúde e PAZ!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sr. Juliano, Presidente da
Asferap, prezado Valdir, comerciantes do mercado informal de Porto Alegre e
arredores, queremos, primeiramente, parabenizá-los pelo fator de união - isso é
muito importante porque demonstra força em algo coletivo.
Agora, como já disse
anteriormente, este tema já foi muito discutido, e a Cidade espera uma
resposta.
Também falamos muito no mercado
informal ligado à questão do desemprego. Só que nos países desenvolvidos, esses
espaços também existem. Então, é importante salientar que comércio informal
existe em qualquer lugar do mundo, independente de economia. Claro que, nas economias
mais pobres, é de maneira mais intensa.
Queremos ressaltar, e foi falado
aqui, que está havendo diálogo, mas recebi a preocupação de 56 famílias,
aqueles que foram retirados de forma arbitrária, após as 18 horas, do Largo
Glênio Peres - os que vendiam frutas e verduras, saíram de forma arbitrária.
Então, o diálogo tem de ser restabelecido.
Entendemos, também, que, mais do
que nunca, chegou a hora e o momento da discussão, e esperamos que, ao chegar à
Casa o novo Projeto, vocês possam, novamente, ocupar a tribuna e dizer se o
Projeto que será apresentado pode ser conciliado ou não com as aspirações de
vocês. Independente de terem ou não carteira assinada, cada um dos senhores é
um cidadão de Porto Alegre. Parabéns. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Todas as Bancadas já se manifestaram, todas as
Lideranças também, assim como o Juliano Carriconde Fripp, que é o Presidente da
Asferap e o Sr. Valdir Terra, representando o Conselho do Comércio Informal.
Queremos, encerrando esta Tribuna
Popular, dizer às Lideranças, às pessoas trabalhadoras e trabalhadores do
mercado informal que, conversando com o Sr. Prefeito, na última sexta-feira,
quando convidados a assumir a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, tivemos uma
palavra, não só do Prefeito como também do Secretário, de que toda e qualquer
solução, toda e qualquer alteração passará, sim, por uma ampla, geral e
irrestrita discussão acerca dos interesses gerais da cidade de Porto Alegre.
Portanto, informo aos presentes, que nos honram com suas presenças, que não há
Projeto na Casa alterando o Código de Postura ou, de outra ordem, modificando o
status quo existente. Por outro lado, nem extra-oficialmente, temos
qualquer informação nesse sentido. Assim, quero tranqüilizar a todos os
presentes de que serão desenvolvidas todas as tratativas no sentido de se
buscar uma solução. É evidente que, se essa solução não for a ideal, que seja
uma solução que atenda a toda essa problemática que envolve o comércio informal
da cidade de Porto Alegre.
Portanto, a nossa homenagem às
Lideranças pelas palavras trazidas, bem como a manifestação das Bancadas,
agradecendo a presença de todos. Quero dizer ainda que esta Casa, além da sua
função institucional da modificação da lei, se coloca à inteira disposição
pelas suas Comissões, pela sua Mesa para fazer a interlocução dessa
problemática que diz respeito ao interesse geral da cidade de Porto Alegre.
O Juliano está dizendo que vai
entregar ao Prefeito Municipal este abaixo-assinado. (Palmas.) Vamos suspender
a Sessão para as despedidas. Obrigado. (Palmas.)
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h45min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães - 16h53min): Estão reabertos os
trabalhos.
Leio Oficio nº 508/05, do Sr. Prefeito Municipal, encaminhado a esta Presidência. (Lê.): “Sr. Presidente. Ao cumprimentá-lo cordialmente, comunico a Vossa Excelência e demais Edis desse Legislativo, em aditamento ao Ofício 501/05-GEP, de que alterei minha estada em Brasília, posto que manterei encontro com Sua Excelência o Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, naquela oportunidade.
“O referido afastamento está
previsto para o dia 23, com retorno no dia 24, e não como constou no aludido
Ofício.
“O ônus permanece sendo uma
passagem aérea Porto Alegre/Brasília/Porto Alegre e a concessão de uma diária e
meia. Atenciosamente, Prefeito José Fogaça.”
Memorando nº 168/05. (Lê.): “Informamos que o Ver.
Elias Vidal estará representando a Câmara Municipal, sem ônus, na Semana de
Preparação ao Lançamento do ‘Projeto+Vida’, em todo território dos Estados
Unidos, que ocorrerá nos dias 20 a 27 de agosto de 2005. Atenciosamente, Ver.
Elói Guimarães, Presidente da CMPA.”
Fica apregoada a LDO trazida pelo
Sr. Prefeito Municipal na última sexta-feira.
Conforme
combinamos, as Comunicações, que não foram utilizadas, se farão a partir de
agora. Então, retornamos às
Comunicações.
Estão inscritos este Presidente,
a Verª Maristela Maffei, o Ver. Nereu D’Avila e o Ver. Paulo Odone.
O Ver. José Ismael Heinen está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL
HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Casa, nobres
colegas Vereadores, Vereadoras, aproveitando esta seqüência maravilhosa que nós
tivemos hoje, o movimento bonito, quente, caloroso desta Casa, aniversário da
SPAAN, aniversário do 9.º Batalhão da Brigada Militar, aniversário do Colégio
Santa Rosa de Lima, que nos emocionou, quero parabenizar a todos, Márcio Bins
Ely, Vereadores que oportunizaram essas presenças, Ver. Dr. Goulart e Neuza
Canabarro.
Quero, também, Sr. Presidente e
nobres colegas, me associar a uma data importante que foi comemorada hoje pela
manhã: o 36.º aniversário do nosso Batalhão de Polícia do Exército. Quero
trazer as palavras que o Comandante proferiu na manhã de hoje. Estes são alguns
trechos de suas palavras. (Lê.): “A história da Polícia do Exército em Porto
Alegre começou em 16 de fevereiro de 1950, quando foi criada a 3.ª Companhia de
Polícia do Exército, ocupando, na Praça Argentina, o quartel mais antigo
construído na Cidade.”
E, para surpresa minha, estava
presente nessa solenidade um cidadão muito conhecido nosso, recebendo o Prêmio
“Amigo do PE”, o nosso querido ex-presidente do Internacional, Arthur
Dallegrave. Depois, conversando com ele, soube que ele foi um dos primeiros soldados
da 1.ª Corporação de Soldados da PE da história do nosso Rio Grande do Sul.
(Lê.): “Em 30 de abril de 1959, a
denominação da 3.ª Companhia de Polícia do Exército é modificada para 6.ª
Companhia de Polícia do Exército.
“Em 21 de agosto, ontem, de 1969,
a 6.ª Companhia de Polícia do Exército é extinta, e é criado o 3º Batalhão de
Polícia do Exército - há 36 anos - passando a ocupar, em 11 de fevereiro de
1970, as suas atuais instalações no Morro Santa Tereza, local onde se alojara a
extinta 6º Companhia Intendente de Saúde.
“Em 1973, a Unidade foi agraciada
com a insígnia da ‘Ordem do Mérito Militar’ pelo Presidente da República, e em
26 de setembro de 1995, recebeu a denominação histórica de Batalhão Brigadeiro
Jerônimo Coelho, em homenagem ao ilustre Ministro da Guerra do Império, que foi
também Presidente da Província e Comandante das Armas do Rio Grande do Sul.
“Em seus 36 anos de criação, o
Batalhão vem cumprindo os mais variados tipos de missões - escoltas, perícias
criminais, investigações policiais, operações de garantia da lei e da ordem,
policiamento, controle de trânsito em áreas militares, captura, prisão e guarda
de militares envolvidos em crimes, proteção e segurança de autoridades, dentre
tantas outras.
“Porém, nos anos de 2000, 2002 e
2004, o Batalhão constituiu respectivamente o IIº, o VIIº, e XIIº Contingentes
Brasileiros, que, sob a égide da Organização das Nações Unidas, cumpriu missões
de manutenção da paz no longínquo Timor Leste.
“Em 2004, o 3º Batalhão de
Polícia do Exército também participou do I Contingente Brasileiro da Missão de
Estabilização da Paz no Haiti, com um pelotão responsável, além das tarefas
específicas de Polícia do Exército, pela segurança e proteção do 1º Ministro
daquele país.
“Ao completar 36 anos de existência,
o 3º Batalhão de Polícia do Exército continua cultuando e preservando as
tradições de seus antepassados e mostrando o verdadeiro valor do soldado PE, um
soldado de infantaria competente, valente, destemido e, antes de tudo, leal com
seus superiores, pares e subordinados.
“O Batalhão é uma Organização
Militar onde se perpetuam as tradições do Exército Brasileiro, que hoje
continua sendo o mesmo povo em armas de outrora: o braço forte, no qual a Nação
se apóia para garantir sua soberania, mantendo a ordem e permitindo o progresso
do País e a mão amiga, na qual a Nação encontra solidariedade em todos os
momentos.
“Nossa tropa, constituída em sua
grande maioria por profissionais, busca sempre, por intermédio da competência,
da dedicação, da responsabilidade e do trabalho em equipe, a perfeição no
cumprimento das tarefas, fatores imprescindíveis ao soldado de polícia do
exército.
“A diversidade das missões e a
capacidade de nossos homens tornaram o 3º Batalhão de Polícia do Exército uma
organização militar flexível, capaz de cumprir com serenidade e energia todas
as determinações emanadas pelo Comando Militar do Sul.
“Soldados do Batalhão Jerônimo
Coelho, ao comemorarem o 36º aniversário de criação do Batalhão, continuem a
desempenhar com êxito as missões que enaltecem o nome do Exército Brasileiro,
tanto dentro como fora do País; que perpetuem e cultivem suas mais caras
tradições, cumprindo diuturnamente o sagrado dever de preservar a soberania e a
integridade do Brasil, nos exemplos que nos deixaram como legado os nossos
ilustres predecessores: Brigadeiro Jerônimo Coelho, General Zenóbio da Costa,
ex-integrantes da 3ª e da 6ª Companhias de Polícia do Exército, e todos aqueles
que aqui já serviram.
“Parabéns 3º Batalhão de Polícia
do Exército! Uma vez PE, sempre PE!”
Essas são palavras escritas pelo
Comandante José Luís Lisboa Neiva, atual Comandante do 3º BPE, que comandou o
último Batalhão de Paz da ONU no Timor Leste. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Ver. Maristela Maffei.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezadas
colegas Vereadoras, prezados colegas Vereadores, falo aqui sobre a conjuntura
nacional que estamos vivendo. No atual quadro político que vive a Nação,
precisamos estar muito alertas e bem centrados nos acontecimentos para, com a
responsabilidade que devemos ter perante as instituições públicas, não profanar
e não gerar falsas denúncias e falsas polêmicas. Na última sexta-feira, a nossa
Bancada esteve, na sua unanimidade, na Esquina Democrática, em um ato público,
apoiando os movimentos sociais, e lá estávamos com uma clareza muito objetiva:
em defesa do Governo Lula, pela punição aos corruptos, pela mudança na política
econômica e o resgate do Partido dos Trabalhadores. Essa é uma pauta à qual não
podemos nos furtar de analisar ou assumir com clareza as posições, porém, neste
momento em que um conjunto de fatos e irregularidades vem à tona no País, ao
mesmo tempo vem uma onda de denuncismo que não podemos aceitar.
Nesta onda de denuncismo, o que
vem de mais grave, Ver. Claudio Sebenelo, é que, na semana passada, a CPMI dos
Correios foi até São Paulo para ouvir um doleiro julgado e condenado a 25 anos
de cadeia - aliás, colocado na prisão por uma operação realizada pelo nosso
Governo – que passou a acusar, sem provas, autoridades constituídas, tal como o
Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, Ministro esse que coordenou a
operação que o prendeu. A forma como podemos contribuir tem que ser, sim, firme
nas suas atribuições, mas é sempre bom lembrar o quanto é tênue a linha que
separa as acusações sérias de denuncismos irresponsáveis. Se a CPMI tomar esse
curso, temos a certeza e a convicção de que não estará indo no rumo que a
sociedade quer e exige. É fundamental que a Polícia Federal e o Ministério
Público continuem suas investigações, e ninguém mais do que nós queremos
averiguar tudo e tirar as decorrências. Agora, dar palco a um criminoso –
convenhamos! -, não é uma postura e uma conduta que confira legitimidade e
imparcialidade aos trabalhos inclusive das Comissões.
Não bastava esse fato ocorrido no
meio da semana passada, na sexta-feira, o Ministério Público do Estado de São
Paulo, por intermédio de seus Procuradores, nada mais nada menos, a Polícia
Estadual, junto com os Procuradores, chamou para ouvir o “seu” Buratti, um
outro condenado, para acusar, levianamente, novamente o nosso Governo,
novamente os nossos Ministros, novamente o Partido dos Trabalhadores. Falo
aqui, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, que, como membro do Partido
dos Trabalhadores, não devemos nos calar neste momento, e sim estarmos
alinhados com os princípios republicanos para buscarmos todas as informações e
os julgamentos necessários.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, para que V. Exª permaneça numa conduta leal, V. Exª não tente defender o indefensável. Obrigado.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Ver. Ervino Besson, defender a clareza e dizer que
um senhor que está condenado pela Justiça, no momento que é oferecido por
Promotores Públicos a que venha a delatar ou denunciar o seu acusador, que é o
Ministro Palocci, nesse caso, isso não é indefensável, isso é estar acima das
posturas do denuncismo, isso é estar fortalecendo, reconhecendo e defendendo as
instituições, e é isso que nós queremos. Se nós não tivermos instituições
fortes em nosso País, nós só alcançaremos o reconhecimento do Parlamento se
fizermos, por exemplo, Ver. Nereu, a reforma política que tanto necessita, e
somos aliados dessa construção. Portanto, assomo aqui à tribuna, hoje, para
dizer que procedimentos como os dos Promotores do Estado do São Paulo não
contribuem em nada para a construção da democracia deste País. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, quero me solidarizar com o Ver. Comassetto pela extrema, difícil,
quase impossível missão de defender o seu Governo, o Partido dos Trabalhadores
dessa “UTI irreversível” em que se encontra, tentando, de uma forma ou de
outra, defender o seu Governo. Mas, por favor, não digam que isso é golpismo,
e, por favor, não digam que um criminoso não tem direito de depor ou não tem
direito à defesa, porque isso é direito do cidadão, mesmo que ele seja
criminoso.
As revistas, os jornais de todo o
Brasil estão crivados de notícias! Hoje, o Deputado Federal Fernando Gabeira
disse que “o Partido dos Trabalhadores não tem mais alma. E estamos procurando
o que fazer com o corpo do Partido até 31 de dezembro de 2006.” O que fazer?!
Eu queria lhe dizer, Vereador,
que V. Exª tem um excelente trabalho,
tem uma proposta muito boa no bairro Restinga para a área da Educação,
inclusive uma proposta cívica para o bairro Restinga que fala em educação para
as crianças, que fala em ética para as crianças, que fala em civismo para as
crianças, que fala em amor à Pátria para as crianças do bairro Restinga. Só
faltou um item na sua proposta, o qual eu sugiro: proibir essas crianças de
ligarem a televisão. Pois dizer uma coisa e fazer outra completamente diferente
é dar uma ambigüidade às crianças e ao povo de uma forma tal que fica
incompreensível, para uma criança, um discurso voltado para a ética, para a
decência, para a moralidade, e uma prática mostrada pelas televisões do Brasil
inteiro! E não é só a cúpula do Partido dos Trabalhadores que está envolvida;
são milhares de pessoas envolvidas na maior rede de corrupção da história da
República brasileira e de outras repúblicas. Não é só uma pessoa, não é só a
cúpula do seu Partido que está envolvida!
Então, “ninguém pode atirar a
primeira pedra!” Ninguém tem o direito de julgar ninguém! Mas tirar de um
criminoso o direito ao depoimento, o direito à defesa, o direito ao advogado, o
direito, inclusive, à negociação de um instituto que diminua a sua pena, isso
também não faz parte dos direitos humanos; isso faz parte de um outro sistema
muito antigo que nós conhecemos, que ficou famoso no século passado, chamado
nazismo. Ele tem direito ao depoimento, ele tem direito às acusações; ele vai
ter que provar. Ele também tem direito de pensar, ele também tem direito de ter
uma defesa!
É muito interessante, Vereadora,
o deboche às minhas palavras, mas todos nós sabemos que é incompatível a
presença dos Vereadores neste microfone, acusando alguém de golpismo ou de que
os outros são corruptos, mas, por definição, e até muito pouco tempo atrás,
todos os Partidos eram corruptos, menos um. Essa é a questão do menos um, esse
é o verdadeiro dilema e esse é o respeito que eu tenho pelos Vereadores do
Partido dos Trabalhadores, e a minha solidariedade, inclusive, neste momento de
tanta dificuldade, em que eles não têm condições e estão na missão impossível
de defender, com toda a razão, o seu próprio Partido. É um momento duro, é
difícil, eu sei, mas eles têm a minha solidariedade, porque, Sr. Presidente, me
parece que não se faz fisioterapia em cadáveres.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero
dizer à ilustre Verª Manuela que o Grêmio não é o (time do) Barcelona ainda;
nós só estamos felizes com o que poderemos ser seguindo esse caminho.
Eu assisti na televisão, acho que
grande parte dos brasileiros assistiram, no domingo, ao meio-dia, por quase
três horas, ao Ministro Palocci. Quero dizer que gostei da maneira como ele
enfrentou o tema e as acusações que pesaram sobre si. Respondeu em nota,
imediatamente, dirigindo-se ao povo brasileiro sem agressão, sem agredir o
Governo anterior, sem colocar a culpa nos outros, respondendo às acusações que
recebeu. Acho que o Presidente Lula está nos devendo uma postura assim. O
Ministro Palocci não foi dizer na televisão que o que debitavam a ele debitavam
a muitos outros, que todos os Partidos recebiam e encaminhavam ao diretório
nacional, regional ou estadual, também, verbas de caixa dois com quem opera com
as Prefeituras. Ele foi lá responder às acusações de uma forma clara, e acabou
sendo, a meu ver, convincente; encarou o que se pedia ao Presidente Lula, que
nos disse, de Paris, apenas que o que o PT fazia todos os Partidos tradicionais
faziam e que era uma irregularidade. Estamos esperando do Presidente da
República essa palavra forte. Acho que até os petistas idealistas estão
esperando isso.
Mas vim falar aqui de coisas mais
amenas - não é do Grêmio, Verª Manuela! Eu, que não tenho Projetos individuais,
sou um homem do coletivo, considero-me, aqui, um Vereador que tem compromissos
com essa gestão do Prefeito Fogaça e sempre fui homem de poucos Projetos, de
muito trabalho legislativo, Emendas, discussão, ajudando até na construção de
Projetos, mas sou de poucos Projetos. Apresentei um único Projeto para conceder
a Comenda Pedro Weingartner a um artista gaúcho que a merece, porque ele é
muito premiado internacionalmente, nacionalmente, é um homem que tem forte
atividade docente nas artes plásticas, é um homem que tem atividade forte como
artista, expositor, é marca na cultura do Rio Grande do Sul; falo do artista
plástico Paulo Porcella, conhecido como Porcella. Um homem que vai fazer 70
anos no ano que vem, que nasceu lá em 1936, em Passo Fundo, e que, nascido em
Passo Fundo, veio para Porto Alegre e teve uma vida intensa aqui, sempre ligado
às nossas coisas, às nossas raízes. No Atelier da Prefeitura, no Instituto de
Belas Artes, em atividade didática, seja na UFRGS, seja em outros setores,
premiado internacionalmente - e eu poderia citar todas as cidades e capitais
internacionais em que o Porcella atuou -, mas com raízes aqui! Ele, por
exemplo, foi restaurar e pintar murais no Colégio Militar; mas, lá na Unisinos,
fez oito grandes murais, recompondo a trajetória dos jesuítas no Rio Grande do
Sul, desde a instalação das Missões até a Unisinos! É um homem cuja temática
nunca foi alienada do mundo presente; pinta, e pinta a vida.
A Srª Margarete
Moraes: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero
cumprimentá-lo, parabenizá-lo por essa idéia. O Paulo Porcella é um dos grandes
patrimônios das artes plásticas do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre. Eu tive
a oportunidade de trabalhar com ele no Atelier Livre, do qual ele foi Diretor
também, e reergueu o Atelier de uma situação difícil na época. Portanto,
parabéns a V. Exª ; nada mais justo que esta Cidade reconheça o Paulo Porcella
como um grande artista que muito contribuiu para a nossa Porto Alegre.
Obrigada.
O SR. PAULO ODONE: Agradeço-lhe muito pelo endosso, esse testemunho. A iniciativa nem foi
nossa, foi até do meio artístico, dos artistas plásticos que disseram:
“Vereador, se o senhor quiser fazer um reconhecimento à cultura, à nossa
plástica, faça... Tenha certeza de que todos estarão representados nessa
homenagem ao Paulo Porcella.” É por isso que eu peço aos colegas Vereadores que
nos dêem apoio nessa reverência que esta Casa tem de fazer a um artista nosso,
gaúcho, que tem o reconhecimento internacional e que, chegando aos seus 70
anos, tão premiado fora daqui, ainda não recebeu o Prêmio máximo que a nossa
Câmara, a nossa Cidade pode-lhe conceder. Obrigado pelo apoio, sei que poderei
contar com V. Exas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
(05 oradores/05
minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 4142/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 192/05, de
autoria do Ver. Dr. Pinto, que institui o Campeonato Paraolímpico de Porto
Alegre. Com Emenda n. 01.
PROC. N. 4144/05 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO LEGISLATIVO N. 031/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera a
redação dos incisos III, IV e VIII do art. 21 da Lei Complementar n. 197, de 21
de março de 1989, e alterações posteriores, que institui e disciplina o Imposto
sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e de
direitos reais a eles relativos, cujo prazo de sessenta dias passa a contar
após confirmada a arrematação, adjudicação ou remissão pelo magistrado. Com
Emenda n. 01.
PROC. N. 4691/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 219/05, de
autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que concede o título honorífico de Cidadão
Emérito de Porto Alegre ao Senhor Édison Freitas de Siqueira.
PROC. N. 4769/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 223/05, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Poli Marcelino Espirito,
um logradouro público não-cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da
Hípica.
PROC. N. 4774/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 224/05, de
autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua Otávio Rodrigues de Oliveira um
logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Partenon.
PROC. N. 4775/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 225/05, de
autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua José Carvalho um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Partenon.
PROC. N. 4807/05 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO EXECUTIVO N. 03/05, que reabre o prazo para a regularização das construções
clandestinas da Vila Farrapos, fixado no artigo 2º da Lei Complementar n. 469,
de 10 de novembro de 2003.
3ª SESSÃO
PROC. N. 3540/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 176/05, de
autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que disciplina a sinalização específica
para controladores eletrônicos de velocidade (pardais) no Município de Porto
Alegre.
PROC. N. 4353/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 201/05, de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui os Programas de Ressucitação
Cardiopulmonar e de Capacitação de Pessoal em Técnicas de Ressucitação
Cardiopulmonar, cria Comissão Especial e dá outras providências.
PROC. N. 4362/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 203/05, de
autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui o Programa de Assistência
Judiciária Gratuita (Justiça Fácil), destinado à população de baixa renda nos
centros e nos módulos comunitários do Município de Porto Alegre, com recursos
oriundos de parcerias e convênios com universidades públicas e privadas. Com
Emenda n. 01.
PROC. N. 4618/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 216/05, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dona Palmira um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.
PROC. N. 4690/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 218/05, de
autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que dá nova redação aos incisos I e II e
revoga o inciso III, ambos do art. 2º da Lei n. 8.192, de 17 de julho de 1998,
e alterações posteriores, limitando para quinze minutos o tempo de espera em
filas dos caixas de estabelecimentos bancários, em dias normais, e para vinte
minutos em véspera ou depois de feriados prolongados e dias de pagamentos de
funcionários públicos municipais, estaduais e federais.
PROC. N. 4693/05 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO LEGISLATIVO N. 035/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera o art. 39 da
Lei Complementar n. 170, de 31 de dezembro de 1987, e alterações posteriores,
que revoga a Lei Complementar n. 32, de 07 de janeiro de 1977, e estabelece
normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento
de água e esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e
Esgotos, cuja tarifa para remoção de esgotos sanitários passa a ser cobrada
independentemente da quantidade de despejos, na forma que menciona.
5ª SESSÃO
PROC. N. 3712/05 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.
112/05, de
autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera a resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, incluindo alínea “p” no § 1º do
art. 94, e dá nova redação ao § 2º
desse mesmo artigo, ao caput do
art. 158 e ao §1º do art. 176, admitindo verificação de quórum visual, bem como
passando para três minutos o tempo destinado à votação nominal.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, como sempre a Pauta está repleta de novos Projetos. A fúria
legiferante é muito grande neste País – em Porto Alegre não poderia ser
diferente. O número de leis feitas no País diariamente é algo impressionante.
Mas vamos nos ater a dois dos Projetos aqui apresentados.
Primeiro, a pessoa se apresenta um dia nesta Casa
em substituição a um Vereador. Eu acho um equívoco: o Vereador se licencia por
um dia e é substituído. Eu já tentei várias vezes mudar o Regimento Interno,
fazer com que fosse no mínimo 15 dias, mas não, um dia e ele já é substituído e
a Câmara paga dois Vereadores. Mas, Dr. Pinto, Vereador por um dia, fala aqui
da Secretaria de Acessibilidade, que foi criada, como se todas as necessidades
do País consistissem em criar mais Secretarias e mais Ministérios. Eu disse,
quando criaram a Secretaria, que um guru indiano havia orientado o americano
rico, famoso, que não tinha tempo para nada, com uma simples frase:
“Simplifica, meu filho, simplifica”. Mas não simplificaram, criaram mais uma
Secretaria. Então, o Dr. Pinto, já, imediatamente, propõe um Campeonato
Paraolímpico de Porto Alegre e diz que a organização do campeonato fica a cargo
da Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e Lazer. Esqueceu-se da
Secretaria que ele elogiou e que deu a oportunidade de ele fazer o Projeto,
conforme ele disse. Mas ele também se esqueceu que isso é uma atividade
privativa do Executivo, e vamos ver o que vai acontecer, se vai ter seqüência o
Projeto do nosso Dr. Pinto, ou se ele fica apenas em mais um dos tantos
Projetos que são apresentados nesta Casa.
O Executivo Municipal faz aqui a
apresentação de um Projeto de Lei reabrindo o prazo para a regularização das
construções clandestinas da Vila Farrapos, fixado no art. 2º da Lei
Complementar nº 469, de 10 de novembro de 2003. Antes dessa Lei, bem antes
desta Lei, em 1984, eu era o Prefeito e propus à Casa do Povo de Porto Alegre
um Projeto de Lei para regularizar as casas da Vila Farrapos. Porque realmente
foi o primeiro projeto do BNH feito em contrariedade, quer dizer, imposto à
Prefeitura de Porto Alegre; não houve uma aprovação, e eu achei que deveria
regularizar todos os imóveis que lá estavam. Mas como regularizar não é das
coisas mais fáceis às vezes, eu coloquei o DEMHAB com o escritório à disposição
dos moradores para que regularizassem todas as casas. Depois o Governo do
Estado entendeu também de regularizar. Eu nunca entendi por que fazia isso, mas
em 1986 o Governo queria regularizar o que não era de competência sua. Em 2003
nós reabrimos o prazo, e agora o Executivo está abrindo novo prazo. Aí eu fico
a pensar no que acontece com o Projeto de Lei que eu apresentei aqui há quatro ou
cinco anos e que não consigo fazer votar nesta Casa, no qual eu quero a
regularização dos imóveis? E foi a minha experiência que me fez levar a cabo o
Projeto. Foi experiência só, eu fui Secretário de Obras e então eu via a
necessidade. E esta Casa não vota! Eu gostaria de saber por quê! Inclusive eu
pedi que fossem coletadas todas as leis que existem sobre regularização de
imóveis e quero fazer uma modificação no meu Projeto; talvez assim eu consiga
fazer com que a Casa vote o Projeto. Ele é interessante para a Cidade, porque
nós vamos arrecadar mais impostos, porque nós vamos saber exatamente o que há
na Cidade, já que nós temos um Plano Diretor, válido, sem nenhuma modificação
ainda – espero que o modifiquem, espero que o acertem -, mas nós estamos com o
mapa cadastral da Cidade muito bem levantado, com curva de nível de metro em
metro. Sabendo cada coisa que existe nesta Cidade, cada construção, nós podemos
saber quais as que precisam ser regularizadas ou não, e a apresentação do
Projeto poderia ser simplificada trazendo recursos ao Município e também
regularizando imóveis, cujos proprietários, muitas vezes, não têm culpa maior
daquilo que tem ocorrido. Dessa forma eu espero que aprovem o Projeto do
Executivo que trata da reabertura de um prazo, e espero que aprovem também, em
breve, o Projeto de regularização apresentado por este Vereador. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados
colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, quero fazer referência aos
Projetos que estão em Pauta em 1.ª, 2.ª e 3.ª Sessões de discussão. Começo
pegando justamente o Projeto de que falava, há poucos minutos, o Ver. João
Antonio Dib, de autoria do Executivo, para regularizar a Vila Farrapos. É
verdade que a Cidade carece de um plano amplo de regularização fundiária, essa
é uma iniciativa que vem a resolver uma questão pontual dessa comunidade.
Refiro-me a isso porque este Município, a nossa Porto Alegre, está devendo a
regulamentação do Estatuto da Cidade, que irá adequar à Constituição Federal,
que irá adequar ao Estatuto da Cidade, à nossa Lei Municipal, inclusive com o
tema que virá, logo, logo, que é a questão da reavaliação do Plano Diretor.
Portanto, a Vila Farrapos, todos nós a conhecemos, tem essa necessidade, porém,
falarmos de regularização fundiária é insuficiente. É óbvio que estamos
aguardando, inclusive na CUTHAB, essa discussão, pois é permanente em todas as
nossas Sessões. Há uma dinâmica da regularização fundiária, e sem nós
regulamentarmos o Estado da Cidade estaremos aquém da necessidade legal que a
Cidade precisa.
Segunda questão sobre os Projetos
em Pauta: na semana passada, gravei aqui que o Ver. João Dib fazia um elogio ao
Ver. Oliboni por ter apresentado um Projeto de nome de rua, e apresentou isso
em bloco. E nós sabemos que uma grande quantidade dos Projetos que tramitam
nesta Casa é para denominarmos nomes de rua. Ver. João Dib, todos os Projetos
que estão em Pauta, hoje, de forma individualizada, para dar nome de rua, são
de origem no seu Partido, o PP. E eu creio que V. Exª tem razão quando faz uma crítica a esta Casa no sentido de que
nós deveríamos trabalhar isso em bloco, até porque sabemos que isso tranca a
Pauta, sabemos que isso usa a estrutura; e se eles estiverem enquadrados
legalmente, por que não apresentarmos em bloco? Eu só estou dizendo isso,
fazendo uma crítica, sim, à sua Bancada, mas ao mesmo tempo dizendo que sou aliado
de V. Exª para construirmos essa
possibilidade.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, eu
agradeço pela oportunidade que V. Exa me dá de esclarecer. A Verª Mônica Leal
está entrando, hoje, com um processo de denominação coletiva, que eu acho que é
o correto, nós poupamos tempo, nós poupamos dinheiro, e depois podem fazer as
solenidades que entenderem fazer, não há problema nenhum, em cada rua que tiver
denominação nova.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado. Quanto aos Projetos que estão em Pauta denominando
nomes de rua, desde que haja concordância das comunidades, não existe
resistência de um ou outro Vereador, salvo alguma exceção, como aquele Processo
trazido novamente pelo Ver. Ervino Besson para mudar o nome da rua, na Lomba do
Pinheiro, a respeito daquele revolucionário que um segmento da Cidade quer
excluir o seu nome.
Continua em Pauta o Projeto do
Ver. Sebastião Melo que propõe duplicar a cobrança da tarifa de esgoto cloacal em
Porto Alegre para aquelas casas que não têm o seu esgoto ligado à rede que
passa em frente à sua casa. Volto aqui a dizer, inclusive para contribuir com o
próprio Ver. Sebastião: é de responsabilidade do Município executar e cobrar a
obra do morador ali existente, e essa já é uma prática que depende mais da
gestão do que da legislação. Portanto, regulamentação para esse problema já
existe. Eu não ouvi ainda o pronunciamento do Ver. Sebastião Melo sobre esse
tema, mas é um tema que nós vamos discutir aqui. Trago de novo esse alerta
porque nós não precisamos criar leis e leis em cima das regras que já existem e
que deveriam funcionar, não por falta de lei, mas por falta de gestão. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, todos que nos assistem pela TVCâmara e aqui nas galerias,
primeiramente, eu gostaria de compartilhar com todos e todas que no sábado
realizamos uma grande plenária da União da Juventude Socialista, organização da
qual faço parte - primeira e única organização juvenil em que militei desde
1999 -, em que reunimos jovens de mais de 30 Municípios do nosso Estado para
debatermos justamente a situação política do nosso País, a crise política que
vivemos e também as perspectivas da luta do Movimento Juvenil, no próximo
semestre, aqui no nosso Estado. Nessa plenária, a nossa gloriosa organização
reiterou o seu compromisso na luta contra a corrupção, mas na defesa, não
simplesmente de um governo, mas de um projeto real, de um projeto viável, de um
projeto necessário para que a juventude do nosso País seja, de fato, incluída,
para que a juventude de nosso País tenha, de fato, direitos. E nessa plenária,
mais uma vez, tiramos como deliberação, Ver. Carrion, que, no próximo mês, nós,
jovens de todas as cidades do nosso Estado, vamos tomar as ruas, organizar mais
uma manifestação com os estudantes, com o Movimento Hip Hop, com o Movimento de
Jovens Trabalhadores, das Jovens Mulheres, para reafirmarmos o compromisso que
a juventude deste Estado tem e que a União Socialista tem com as mudanças reais
que queremos para o nosso País.
Nessa plenária também, com muito
orgulho, fui eleita Presidenta Estadual da nossa juventude. Durante seis anos
da minha vida, dediquei-me integralmente, independente de qualquer espaço que
fosse ocupado, porque sabemos que na JS não temos destas disputas mesquinhas.
Em função da saída do nosso camarada Márcio Cabral, que foi para São Paulo,
eleito para a Executiva da União Nacional dos Estudantes, ficamos, então, sem
Presidente momentaneamente, pelo fato de o nosso companheiro ter ido cumprir
essa tarefa que muito nos orgulha e que muito nos faz refletir sobre o papel
que jogamos no Movimento Estudantil do nosso Estado. Portanto, desde esse
sábado, com muito orgulho e com o compromisso, a juventude deste Estado e da
União da Juventude Socialista me conferiu a presidência. Tenho muita honra de
presidir a nossa organização, de 21 anos, aqui no Rio Grande do Sul.
Eu gostaria também de falar que a
nossa organização, no sábado, debateu incansavelmente - ao contrário daqueles
que gostam de falar e não debatem internamente, daqueles que gostam de falar
mas, na realidade, não aglutinam nada, ou quase ninguém, gastam as suas
energias apenas fazendo as disputas mesquinhas, as disputas pelos espaços
políticos -, a nossa organização se debruçou, por grande parte do dia 20 de
agosto, da manhã à noite, para debater a situação política do nosso País. E
como é de conhecimento, a nossa organização dirige a União Nacional dos
Estudantes. O Presidente da UNE, o nosso camarada Gustavo Petta, além de ser um
dirigente do Partido Comunista do Brasil, também é um dirigente nacional da
União da Juventude Socialista. E nós debatíamos e por vezes ríamos, Ver. Dib,
por ouvir, por ler, as manifestações da mídia do nosso País, acerca da União
Nacional dos Estudantes. Hoje, mais uma vez, tentam tripudiar sobre a imagem da
União Nacional dos Estudantes, lançando manchetes como esta: “Avião da FAB leva
caravana da UNE à Venezuela e volta no dia da marcha”. Mas nós, que estávamos
na Venezuela - eu não fui no avião da FAB, fui depois e voltei antes -,
sabemos, em primeiro lugar, que nada mais digno do que o Ministério da Defesa
deste País propiciar que 140 jovens de todos os Estados do Brasil, de todos os
Partidos políticos - do PSDB ao PSOL, passando pelo PT, pelo PCdoB, pelo
PMDB, pelo PCB, pelo PV, pelo PL - estivessem na Venezuela, no maior encontro
mundial de juventude que existe nos dias de hoje.
Nós compreendemos perfeitamente
por que a UNE está sendo atacada, Ver. Todeschini, porque num momento de crise
como este, num momento em que querem voltar antecipadamente ao poder ou ao
Governo, a UNE defende a Reforma Política e a mudança da política econômica,
justamente duas bandeiras que não agradam em nada a elite, porque a elite quer
ver sair da crise o que há de pior para o nosso País: a volta do
neoliberalismo, do “príncipe das trevas”, daqueles que conduziram o horror em
nosso País. Ao contrário disso, a União Nacional dos Estudantes diz que dessa
crise nós temos que tirar lições e temos que pensar no futuro deste País.
Portanto, dissemos que queremos, sim, uma Reforma Política avançada e não nos
bastam novas regrinhas, queremos mudar profundamente a estrutura política deste
País. Não queremos mais parlamentares que prestem contas a meia dúzia de
empresas, queremos parlamentares que prestem contas para os seus eleitores e
para o povo do nosso País, e queremos que isso seja feito com uma Reforma
Política avançada.
Portanto, Sr. Presidente, vou
distribuir agora uma Nota da União Nacional dos Estudantes justamente com o
título: “Por que a UNE está sendo atacada?” Com a certeza de que nós estaremos
nas ruas quantos dias forem necessários, porque acreditamos que vamos, de fato,
mudar este País e barrar o retorno daqueles que já o destruíram, mas que não
lograram êxito, porque a juventude não desistiu. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE(Elói
Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, público presente e aos que nos assistem pelo
Canal 16, o que me traz à tribuna, nesta Sessão, é ter de discutir o PLCL nº
035/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que trata da questão da coleta dos
esgotos de Porto Alegre e sua regulamentação. E ele propõe a alteração do art.
39 da Lei Complementar nº 170 ,de 31 de dezembro de 1987, que propõe a elevação
do preço básico em 100% nas categorias de consumo respectivas; face aos casos
em que, porventura, não estiverem conectados à rede.
Eu passo a ler aqui também uma
Súmula sobre como é calculada a tarifa de esgoto. Segundo a Legislação vigente,
a Lei Complementar nº 170, de 1987, art. 35, parágrafo 2º diz que “existindo
rede de esgoto à disposição, a tarifa de esgoto será cobrada de todas as
economias prediais, ainda que essas não tenham sido ligadas à rede pública
existente”. Ou seja, a rede existe, embora ainda não esteja ligada.
Bem, eu venho discutir este
Projeto porque eu corroboro com o Ver. João Dib, que diz, muitas vezes, que nós
temos excesso de leis ou leis completamente desnecessárias. Esta não é só
desnecessária como seria uma lei inócua e injusta, e vou explicar por quê. Como
a cobrança de tarifa é compulsória para o esgoto, em 80% do valor básico da
água, ela também obriga o DMAE a realizar as conexões, todas. Havendo rede
existente já é cobrada a tarifa, no caso, aqui, como a gente classifica.
Então cabe ao Departamento
realizar as conexões, Ver. João Dib, e é assim que nós procedemos durante, pelo
menos, esse período a partir da vigência da Lei nº 170. Eu creio que isso foi
regulamentado posteriormente à sua estada no Departamento.
Então é completamente equivocado,
porque não é de responsabilidade do usuário realizar a conexão, e sim, uma vez
lançada a rede, é de responsabilidade do Departamento, da autarquia que faz um
bom trabalho, realizar as verificações e adequações. Há um trabalho, chamado
Esgoto Certo, que busca a idealização das conexões, muitas vezes que estão
ligadas à rede pluvial na rede mista, passando para a rede cloacal. Portanto,
não tem nenhum sentido a existência desse Projeto. Porque não cabe, no caso, a
punição ao usuário, não cabe, no caso, obrigar o usuário a realizar a conexão,
e sim, o Poder Público. Por que o Poder Público não faz mais? E aí eu quero me
ater um pouco à explicação, porque aí temos um problema. Quando eu cheguei no
DMAE, os senhores presenciaram que nós fizemos um realinhamento tarifário, pois
eram cobrados aproximadamente 8 reais por uma conexão de esgoto enquanto que o
custo para o Departamento era em torno de 300 reais, preço médio, e o DMAE
cobra agora do usuário cerca de 180 reais, 190 reais após o realinhamento,
portanto, já subsidiando. Em lugares problemáticos, como na Glória e em
Ipanema, onde há necessidade de grandes extensões, de conexões, de implantação
de coletores de fundo e realizar às vezes extensões de até 100 metros, o preço
médio excede os 450 reais. E, portanto, se há alguma medida a ser feita, é que
o DMAE tenha mais recursos orçamentários previstos para realizar as conexões,
porque aí é que está o problema. Só não são feitas mais conexões em função da
limitação orçamentária, mas é obrigação do Poder Público, do DMAE, da Divisão
de Esgotos, realizar as conexões, e não querer punir, aqui e agora, de forma
injusta, o usuário que já faz a sua parte pagando religiosamente as tarifas.
Muito obrigado.
(Revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Sr. Presidente, Elói Guimarães; na pessoa de V.
Exª quero cumprimentar os demais
Vereadoras e Vereadores desta Casa, público que nos assiste, venho hoje, Sr.
Presidente, falar a respeito de três Projetos de Lei de minha autoria que dizem
respeito a alguns avanços que eu considero importantes e que vão refletir,
única e exclusivamente, no benefício da comunidade porto-alegrense.
Falo do Projeto de Lei que torna
obrigatória a identificação dos agentes de trânsito da Empresa Pública de
Transporte e Circulação – EPTC – que tramita, na Casa, PLL nº 131/05, que foi
uma demanda que chegou ao nosso gabinete através do Sintáxi – Sindicato dos
Taxistas – e a nossa assessoria entendeu oportuno, e este Vereador também, que
os “azuizinhos”, assim como os brigadianos, polícia rodoviária federal,
bombeiros, tenham na lapela o nome os identificando, inclusive a sua tipagem
sangüínea.
Acho oportuno porque o “azulzinho” presta um serviço de contato direto com o
público, e é importante que ele esteja identificado com seu nome, sua
matrícula, para que a pessoa que esteja sendo abordada pelo agente possa saber
com quem ela está tratando, e possa pedir providências, se forem necessárias,
para uma instância superior, num segundo momento.
Falo também do PLL nº 218/05, que
reduz o tempo de permanência em filas de bancos na Cidade de Porto Alegre. Hoje
temos um Projeto de Lei que torna obrigatório que as agências bancárias atendam
os clientes em 30 minutos. Acredito que 30 minutos seja um tempo muito elevado.
Sabemos que o sistema financeiro, hoje, trabalha na casa de lucros
exorbitantes. Tivemos uma recente divulgação a respeito dos lucros dos Bancos
Bradesco e Itaú, bancos maiores da iniciativa privada, que chegaram a lucrar
110% a mais do que aquilo que lucraram no mesmo período do ano anterior. E
percebe-se que os avanços na área tecnológica, tanto na Internet, como no
auto-atendimento, têm trazido muita agilidade para o sistema bancário.
Ao mesmo tempo, em contrapartida,
percebe-se, também, que se reduziu muito o número de caixas nos
estabelecimentos bancários, e o atendimento ao público se dá, às vezes, com um
ou dois, no máximo com três caixas nas agências e as pessoas têm perdido muito
tempo nas filas dos bancos.
Entendo que é oportuno que o
cidadão de Porto Alegre, inclusive por questão de respeito, seja atendido em,
no máximo, 15 minutos. E temos uma previsão, nessa Lei, para aqueles dias de
maior conflito, dias de pagamento, enfim, que seja flexibilizado esse período
para 20 minutos. Agora, quero ressalvar que os bancos funcionam das dez da
manhã às quatro horas da tarde; já é um tempo enxuto, e, muitas vezes, as
pessoas perdem o seu horário de almoço em filas de banco, quando a empresa não
tem de contratar um funcionário única e exclusivamente para esse serviço, um office-boy,
o que acaba onerando muito as empresas e tomando muito tempo das pessoas que
obrigatoriamente necessitam dos serviços bancários.
Por fim, falo de outro Projeto de
Lei de minha autoria, que tramita sob o nº 4692 nesta Casa e que obriga a
divulgação da data de vencimento dos produtos em promoção. Eu falo, como
exemplo, obviamente dos produtos alimentícios, porque algumas vezes já fui
surpreendido com promoções, quando a gente vê aquela redução no preço do
produto. Um produto que custa x chega a estar 2 x mais barato em uma promoção.
E aí a gente acaba, em função daquela vantagem que fica exposta na promoção,
comprando o produto para ser estocado, e somos surpreendidos porque a data de
vencimento desses produtos está muito próxima de vencer.
Então, na
realidade eu entendo que os produtos que forem comercializados em Porto Alegre
e estiverem em promoção, quando da sua promoção deve estar destacada a data de
vencimento para que o consumidor não se motive a estar comprando demais esse
produto e ali adiante esse produto vai estar tendo o seu prazo de validade
vencido, e por isso estar na promoção. Fundamentalmente visando a atingir os
produtos perecíveis, nós fazemos este Projeto de Lei para que o consumidor
porto-alegrense, ao se deparar com uma promoção, saiba quando aquele produto
que está com o preço reduzido vai estar vencendo. Era o que eu tinha para este
momento, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães Presidente desta Casa, em primeiro lugar, quero
parabenizá-lo por ter assumido a Prefeitura nessa sexta-feira. Infelizmente,
não pudemos estar presentes por termos outros compromissos e termos sidos pegos
desprevenidos, mas saudamos a sua ação frente à Prefeitura. Nós queremos tratar
do Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo que institui o Programa de
Assistência Jurídica Gratuita - Justiça-Fácil -, destinada à população de baixa
renda nos centros e nos módulos comunitários do Município de Porto Alegre, com
recursos oriundos de parcerias e convênios com universidades públicas e
privadas.
Na verdade, eu entendo que esse
Programa está previsto na nossa Lei Orgânica, no seu artigo 88, da Seção III do
Capítulo VI, que trata da Assistência Jurídica. E esse artigo afirma que o
Município instituirá o serviço público de Assistência Jurídica, que deverá ser
prestado gratuitamente às pessoas e entidades sem recursos para prover por seus
próprios meios a defesa de seus direitos. E no Parágrafo Único afirma: “A fim
de garantir a prestação desse serviço, o Município poderá manter convênios com
Faculdades de Direito”. Seria uma defensoria pública municipal como temos a
Defensoria Pública Estadual. Na verdade, nós, até por entendermos que isso
seria imiscuir-nos nas tarefas do Executivo Municipal, procuramos agir nesse
sentido, porque a intenção é correta, é justa, através de uma Emenda no Plano
Plurianual, que aliás foi aprovada. É certo que nos restringimos no apoio
jurídico à situação de regularização de imóveis, de enfrentamentos de despejos
e assim por diante. Então, propusemos que a Procuradoria-Geral do Município,
área jurídica do DEMHAB, a Defensoria Pública Estadual, o Ministério Público em
convênios com faculdades de Direito existentes no Município prestassem, então,
a assistência judiciária gratuita às pessoas e instituições que não possuem
esses meios. Então, o que eu poderia dizer? Por um lado nós entendemos que a
idéia é correta, é justa; temos uma Emenda no Plurianual nesse sentido, mas
temos alguma dúvida que caiba ao Legislativo criar programas, que é tarefa do
Executivo. Mas vamos apoiar no mérito, no conteúdo, essa questão. Certamente
caberá à CCJ avaliar se um Projeto desse tipo cabe na Câmara, como iniciativa
da Câmara.
Em segundo lugar, queríamos
também dizer que temos entendimento de apoiar Projeto de Lei Complementar do
Executivo que reabre o prazo para regularização das construções clandestinas ou
irregulares na Vila Farrapos. O Ver. Dib já se manifestou também. Na verdade,
houve uma Lei Complementar de 2003 no mesmo sentido. A Vila Farrapos é uma
comunidade, digamos, que não é de alta capacidade aquisitiva, onde muitas
famílias realizaram obras, ampliações e, hoje, precisam regularizar. E, ao que
tudo indica, o prazo anterior não permitiu. Então, nos parece um Projeto
adequado. Vamos, evidentemente, estudar com todo carinho.
Também nos parece um Projeto
interessante o Projeto do Ver. Sebastião Melo, que aumenta o valor do pagamento
daqueles consumidores de água que, tendo a rede cloacal à sua disposição, não
fazem a ligação, criando problemas de saúde pública, de não-aproveitamento.
Mas, em todo o caso, vamos estudar o Projeto com mais carinho. Vejo que o Ver.
Todeschini, que atuou no DMAE, faz restrições. Gostaríamos, no debate, escutar.
Parece-nos uma obrigação do consumidor de água, tendo a rede cloacal à disposição,
de usá-la. Mas estamos abertos e por isso o momento do debate na Casa, na
Pauta.
Temos outros Projetos, como o
Programa Ressuscitação Cardiopulmonar, do Ver. Oliboni, mas não temos tempo,
hoje, de tratar sobre esta questão. Por hoje é esta a nossa discussão em Pauta.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Encerrada a Pauta.
O Ver. Alceu Brasinha está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, venho à tribuna para falar de um Projeto de minha autoria e pedir o
apoio dos Srs. Vereadores, porque não é possível nós trancarmos a juventude
dentro dos apartamentos, de suas casas, já que vivemos em dias modernos, e nós temos
a obrigação de olhar para essa juventude. Este meu Projeto altera o horário de
fechamento dos estabelecimentos em somente duas horas, por apenas dois dias -
no final de semana, na sexta e no sábado. Há uma Lei que permite os
estabelecimentos funcionarem até às 24 horas. Vejam bem, Srs. Vereadores, eu
acho que temos como conciliar e vir a aprovar esse Projeto. Por quê? São quatro
partes interessadas. Essas partes são: os moradores, os proprietários dos
bares, os freqüentadores e os funcionários – a quem acho que mais interessa -,
porque esses estabelecimentos dão emprego; a pequena empresa dá emprego – é uma
forma de não termos mais um desempregado. Eu peço o apoio de V. Exas. para que
me ajudem a aprovar este Projeto, porque é muito importante para a comunidade.
Podem ter a certeza absoluta de que vai manter o trabalhador da copa, o garçom,
a cozinheira, enfim, estaremos dando mais uma oportunidade de emprego à
comunidade. Por fim, eu peço que V. Exas. examinem com carinho e me ajudem a
aprová-lo. Agradeço a gentileza de V. Exas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARGARETE
MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
e Srs. Vereadores desta Casa, eu quero agradecer à Verª Maristela Maffei,
Liderança do Partido dos Trabalhadores, por este momento, e por ter, eu, a
honra de falar em nome da minha Bancada. Quero dizer que o Brasil - isso pode
ser óbvio ululante - vive momentos de muita dramaticidade, de muita tensão,
principalmente para militantes da esquerda, militantes do PT, ou simpatizantes,
eleitores do Presidente Lula, e as pessoas querem saber, de fato, o que é que
acontece, o que é que nós podemos fazer. Não há nenhuma dúvida. Alguns setores
do PT e alguns setores do Governo erraram, e o Governo reconhece isso. São mais
de 40 pessoas demitidas, em Brasília, no Governo Federal.
Essa dor é nossa. É uma dor, é um
sofrimento, e nós sabemos que nós queremos – há um consenso – refundar o
Partido dos Trabalhadores. Nós queremos um ajuste de contas com esse passado
recente, e exigimos a apuração e a punição de todos os culpados, de todas as
pessoas que cometeram ilícitos. Mas, essa questão é de todos.
E aqui eu quero me referir ao
Senador Pedro Simon, que está pedindo a reabertura da CPI do Banestado, porque
esse problema não justifica o fato da corrupção. Já existiu, desde os 500 anos
do Brasil, principalmente no Governo anterior. E nós, do PT, não acreditamos
que isso justifique essas posturas.
Agora, esse reconhecimento que é
público, esses momentos difíceis que estamos vivendo, não fazem com que nós
queiramos, aqui nesta Casa, a pena ou a comiseração de alguns Vereadores. Não
autoriza a falta de respeito de ninguém por nenhuma ironia grotesca, como quem
diz que não se faz fisioterapia em morto. Eu quero responder, através da letra
da música interpretada pelo nosso compositor Leopoldo Rassier, que “não tá
morto quem peleia”.
Essa ironia e essa falta de
respeito, nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, não vamos aceitar.
Existe, por parte de uma minoria, um verdadeiro prazer, uma satisfação, que não
é apenas de acabar com o Partido dos Trabalhadores, que não vai morrer. É de
acabar com o projeto de esquerda para o Brasil e para o mundo. É isto que
querem! E isso vêm exatamente de pessoas que nunca contribuíram com a
democratização, com o fortalecimento das instituições, com o fim da ditadura,
com a democracia, com a anistia, com a luta pela paz. Nesses momentos de crise
que o País vive, é preciso uma reflexão, e há que se ter muito cuidado nesses
momentos sensíveis. Nós não podemos ter como solução, Ver. Ibsen Pinheiro,
condenados a 25 anos, como testemunhas, e beneficiados com a delação premiada.
Também não contribui para o fortalecimento das instituições, para a busca da
verdade, que um promotor se transforme em porta-voz de um cidadão preso, e
repita a fala, nos seus cinco minutos de fama para todo o Brasil, antes de
concluído aquele depoimento.
É óbvio que todas as pessoas que
saibam de algum delito têm o dever de denunciar, têm o dever de acusar, mas têm
o dever também de provar e comprovar. E nada foi comprovado em relação às
últimas denúncias ao nosso Ministro Márcio Thomaz Bastos, que teria depositado
no exterior sem o recolhimento dos impostos, e já está comprovado que não foi
nada disso. Em relação ao ícone deste Governo, ao coração do Governo, que é o
Ministro Palocci, saiu-se muito bem colocando a sua posição. Creio que esta
Casa tem obrigação de ter sobriedade e de ter responsabilidade com o Brasil, e
acho que os políticos, mais do que ninguém, devem dar o exemplo, porque o
aumento da descrença é proporcional ao perigo de aventureiros, e dessa história
nós conhecemos. Portanto, venho aqui dizer que há erros, que nós reconhecemos e
que estamos fazendo de tudo para apurar até o fim, e não apenas de nós, mas de
todo esse sistema que acontece no Brasil, mas estamos exigindo respeito aqui
nesta Casa. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Solicito abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum para ingressarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) Não há quórum para entrarmos na Ordem do Dia.
Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h09min.)
* * * * *